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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Falando a Campesina 08/11/11

Falando a R-Sertaneja.
Sejam bem vindos..
Preciso que comentem o que acham sobre o Blog, isso será bom para o meu aprender,,,,, e todas as matérias sobre artistas são me enviadas ou mesmo tiradas de bibliotecas.
Portanto se existir algum erro queira apontá-los para ser corrigidos
O brigado.
Leitura e musica o alimento para a alma..
Música sertaneja é um gênero musical brasileiro que teve o seu início na década de 20 quando compositores usavam suas violas para criar músicas de, geralmente, trama rural. 
O estilo caracterizava-se pela propagação de suas canções por duplas, sendo esta prática comum até os dias atuais. Embora o estilo musical tenha permanecido sem graves alterações ao longo dos anos, os seus instrumentos, ritmo, melodia, temas e estilo de dupla sofreram diversas transformações.
As primeiras duplas a gravarem discos foram Zico Dias e Ferrinho, Laureano e Soares, Mandi e Sorocabinha e Mariano e Caçula. Com o tempo, o cenário rural das músicas foi se transferindo ao ambiente urbano, acompanhado de uma adição de instrumentos, o que proporcionou à música sertaneja um novo estilo:
Pioneiros da Musica Sertaneja


Cornélio Pires
No dia 13 de Julho do ano de 1884, um domingo de muito frio, nasceu Cornélio Pires, na cidade de Tietê, veio à luz na chácara de seus tios Eliseu de Campos, (Chico Eliseu) e Isabel Pires de Campos, (Nhá Be), avô do popular Ariowaldo Pires (Capitão Furtado) e do radialista Mauro Pires.
A chácara ficava na divisa entre o bairro de Sapopema e o do Garcia, e nela moravam todos da família de Cornélio.
Segundo o escritor, era décimo quarto neto de Piquerobi, chefe dos índios Guaianázes, sétimo neto de Brás Cubas, sétimo neto de Pedro Taques, décimo sétimo neto de Martim Leme, tronco dos famosos Lemes, da cidade de Burges, capital da Flandres Ocidental, décimo terceiro neto do velho Chefe índio Tibiriçá, oitavo neto do governador Álvares Cabra.



Que por sua vez era sobrinho de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, descendia também de João Ramalho e Antonio Rodrigues, portugueses que provavelmente faziam parte das expedições de João Dias Solis, ou de Fernando de Magalhães, que vieram à América, o primeiro em 1513 e o segundo em 1519, "ficaram nas praias de São Vicente por causas ainda hoje ignoradas". Cornélio Pires deixou ainda registrado, ter possuído sangue Espanhol, Escocês, Belga, Português, Índio e Francês,  ultimo via Gurgel e Missel.
Numa conversa com amigos, em uma noitada, disse "Pelo lado português, descendo de Antônio Rodrigues e João Ramalho, por isso sempre me atraíram os Fados e Vira, o Castelhano me deixou especial inclinação para os trocadilhos, do Holandês me ficou a tendência para o fumo, a cerveja e a genebra, dos meus antepassados Belgas herdei a bonacheirice moleirona.
“dos meus ancestrais Escoceses (os Drummond), não cheguei nem a herdar a sovinice, dos Franceses (Gurgel e Missel), ficou-me uma parcela insignificantíssima de cortesia”.
Agora, seu sobrinho, Mauro Pires é quem diz: - De seu pai, Raimundo Pires, homem de sete instrumentos, pois sabia fazer tudo com perfeição, Cornélio herdou o bom humor inesgotável, a graça para contar piadas e anedotas, com as quais se divertiam os sócios de clubes e freqüentadores de teatros quando de suas apresentações.
Cornélio foi descendente de Bandeirantes, era filho de Raimundo Pires de Campos e de Ana Joaquina de Campos Pinto, (D. Nicota), nasceu antes do tempo, pois Tia Nicota, grávida de Cornélio, escorregou em uma casca de laranja, caiu sentada e passou a sentir fortes dores, acabou indo para a cama por volta das 11 horas.
Quando Tio Raimundo chegou da roça, teve que cortar o cordão umbilical do recém nascido.
Como vê nascido antes do tempo e ainda com o nome trocado. E o próprio escritor diz: "Meu nome tem a sua historia". Uma de minhas tias maternas andava de namoro com um parente chamado Rogério Daunt, e foi ela que me levou a Pia Batismal. Ao me batizar, Padre Gaudêncio de Campos, que era nosso parente, e nesta época já bem velho e muito surdo, pergunta: "Como se chama o inocente?".
Ao que responde sua Tia, "Rogério". E o Padre – "Eu te batizo, Cornélio...".
E Cornélio crescia, porém desde cedo se revelou um chorão de primeira, por qualquer motivo soltava as lágrimas. Certa feita, sua mãe o levou para visitar alguns parentes, e em meio à conversa com os adultos, ele começou a chorar sem nenhuma razão.
A dona da casa, muito preocupada, desdobrou-se para acalmá-lo dizendo: -Que é isso Cornélio..., o que você tem? – Perguntou ela com ternura, alisou-lhe os cabelos loiros e deu-lhe uma moeda de alguns reis. – Tá, tome este presentinho pra calar o bico.
Coitadinho!
O menino parou de chorar, limpou as lágrimas com as costas das mãos e exclamou. – Ah! A senhora pensa que eu choro por dinheiro? E bem rápido, agarrou o níquel, enfiou no bolso da calça de brim e iniciou outra choradeira. De outra feita, outro tio, muito zombeteiro, sempre que o encontrava, dava-lhe amáveis e doidos piparotes na cabeça. A brincadeira tornou-se monótona pela repetição.
O menino não gostava dos gracejos, porém, nunca se queixou aos pais. D. Nicota, contudo, soube dos que se passava e recomendou ao filho, entre divertida e indignada.
– Quando ele bater outra vez, você responda que não foi batizado por Cabeçudo.
Certo domingo, o garoto se dirigia ao jardim, quando se encontrou com o parente e este repetiu o gesto e usou da mesma expressão. Cornélio, pensando no que sua mãe lhe disse, foi logo dizendo todo atrapalhado. – “Não fui batizudo por cabecado”.
E saiu de cara amarrada entre risos dos presentes.
Outra passagem ocorreu em uma das tentativas de alfabetização de Cornélio. Seus pais já cansados em tentativas frustradas conheceram um grande sábio dinamarquês, Alexandre Hummel, um professor ideal para o filho pensava os pais. Hummel era pobre, solteiro, sóbrio, vivia em hotéis quando podia altivo de caráter.
Vivia baixando em fazendas, lecionando quase que só a troca de cama e mesa. Ensinava tudo o que lhe pediam e dominava muito bem o português.
Com a morte de Ruy Barbosa, o jornal "O Tietê" encomendou-lhe uma reportagem.
O sábio Dinamarquês sentou-se a mesa da redação e redigiu um bonito artigo sobre Ruy Barbosa, sem consultar livros ou biografias. Hummel era dono de uma memória prodigiosa, dominador de vários idiomas, tinha um bom senso de humor, porém não era humorista, no sentido popular.
Isto não lhe deixava entender ou tolerar um menino gordo, muito feio, cheio de vontades.
Talvez no seu íntimo, vendo a desatenção do caipirinha, às vezes o tachasse de burro.
Mas não foi o que disse um dia irritado. – Cornélio Pires "", você e muito "inteligente, mas e muito "ignorante”!.
Já crescido, por volta de 1907, conhecido como Tibúrcio, este apelido, ele ganhou na passagem de um circo pela cidade, que possuía um orangotango chamado de Tibúrcio, seus amigos achando alguma semelhança, passaram então a chamá-lo de Tibúrcio.
Cornélio foi trabalhar a convite de tal Dr. Vieira, na redação do jornal "O Movimento", semanário político que circulava na cidade de São Manoel, em SP Certa noite, alguém lançou um concurso de feiúra e divulgou pela cidade.
Poucas semanas depois, o redator do jornal de Dr. Vieira, anunciou que, Cornélio Pires, ele mesmo, ganhara o concurso – por unanimidade! –
O tieteense sempre brincalhão achou graça e cooperou no certame para sua melhor performance.
No dia da entrega do premio, lá estava o vencedor pronto para receber seu premio: "Uma corda para se enforcar"! Esta outra ocorreu pelo ano de 1933, já beirando os 49 anos, com a afamada superstição do numero 13.
Um grande amigo das noitadas de Cornélio o encontrou sentado em um banco na Praça do Patriarca muito pensativo.
Começaram a conversar e em pouco tempo estava formada a tradicional roda em volta dos dois. Alguém fez referências ao acaso de certas pessoas serem perseguidas pelo numero 13.
Cornélio com aquele jeitão, achando sempre um "a propósito" para todos os casos, chamou a atenção da roda. – Pois saibam vocês que tenho grande predileção pelo número 13, e sou por ele fartamente retribuído.
E Cornélio começou sua descritiva:
Cornélio Pires – 13 letras.
Vi a luz em Julho – 13 letras.
Nasci no dia treze – 13 letras.
Século passado – 13 letras.
Eu sou paulista – 13 letras.
Sou brasileiro – 13 letras.
Nasci no Brasil – 13 letras.
Sul de São Paulo – 13 letras.
Cidade de Tietê – 13 letras.
D.Anna Joaquina (minha mãe) – 13 letras.
Raimundo Pires (meu pai) – 13 letras.
Poeta e caipira – 13 letras.
Poeta e "conteur" 13 letras.
Conferencista – 13 letras.
Escrevo livros – 13 letras.
Sou muito pobre – 13 letras.
Sou muito feliz – 13 letras.
Eu sou solteiro – 13 letras.
Amei treze "emes" (o M e a 13 letras do alfabeto) – 13 letras.
E o escritor regionalista concluiu:
Não cito os nomes das minhas 13 namoradas, porque, vocês compreendem... E com esta, até logo. – Para aonde vais?
- Vou tomar Bonde! –
E note uma coisa, que sua pergunta e minha resposta, ambas tem 13 letras!
Até doente Cornélio ainda mostrava sua veia de humorista. Esta aconteceu no hospital que Cornélio estava internado, em São Paulo.
Ele recebia visitas de parentes, em seu quarto, quando entrou uma enfermeira com sua medicação diária. Era composta de comprimidos e de uma injeção. Tomou os comprimidos enquanto a enfermeira preparava a seringa. Virou-se ela e perguntou. – Sr. Cornélio, aonde quer que aplique esta injeção? Cornélio olhou para os braços já todo picado olhou para cima, para os lados e sem cerimônia disse: - Pode aplicar ali na parede mesmo!
Algum tempo depois, em 17 de Fevereiro de 1958, as 02h30 h,  
Cornélio Pires falecia no Hospital das Clínicas de São Paulo, vítima de câncer na laringe.
Seus restos mortais foram trasladados no mesmo dia para sua cidade natal e sepultados no cemitério local.  
Faleceu solteiro convicto e em plena lucidez, tinha 74 anos incompletos. Foi enterrado de pijamas e descalço, conforme sua vontade.
Foi um escritor, jornalista, folclorista, poeta e cantor paulista.
Denominado o “Bandeirante da música caipira”, seu trabalho de pesquisa e promoção da música, linguagem e cultura geral do personagem conhecido como “caipira”, (habitante típico do interior de São Paulo e Minas Gerais) ocupa um lugar de destaque pelo seu pioneirismo e desenvoltura na abordagem da matéria.
Já na década de 10 do século XX, Cornélio realiza as chamadas Conferências Cornélio Pires, onde realiza encenações de cenas típicas do comportamento do caipira, reunindo violeiros para executarem algumas modas de viola tradicionais, além de pronunciar pequenas conferências sobre a cultura caipira em geral.
Em uma dessas conferências que se tornou famosa, realizada no Mackenzie College, Cornélio realiza a encenação de um funeral caipira, com todos os costumes e trejeitos atribuídos à celebração em meio às comunidades do interior do estado de São Paulo.
É na mesma época que seus trabalhos como jornalista e escritor se iniciam, sendo que sua bibliografia como escritor é exclusivamente dedicada ao estudo e divulgação da cultura do interior paulista.
Com o tempo, suas apresentações tornam-se cada vez mais incrementadas, tomando um aspecto de verdadeiro show ambulante, destinado a percorrer todas as vilas e centros paulistas apresentando suas encenações, piadas, conferências, “causos” e desafios cantados entre os violeiros arregimentados por Pires.
É em meio às  apresentações, que iam ganhando cada vez mais importância e prestígio que este decide, em 1929, utilizar-se da novidade tecnológica que era o disco de goma-laca (chamado também 78 rotações) à época.
Seriam um meio, de acordo com seu raciocínio, de levar aos que não pudessem ter acesso aos seus espetáculos, exemplos do que era apresentado, multiplicando seu público.
É a partir dessa idéia que se desenrolou um dos episódios mais famosos da biografia do bandeirante da música caipira, relembrado constantemente por outra figura-chave da música caipira, Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado, grande compositor da música caipira e sobrinho de Cornélio: de acordo com a história, este entra entusiasmado no gabinete de Wallace Downey, então representante da Byington & Company, responsável pelos discos da gravadora Columbia (atual Sony Music) no Brasil.
Cornélio apresenta seu revolucionário projeto de gravar anedotas, “causos”, contos e modas caipiras com violeiros legítimos em disco. Pouco entusiasmado, Downey diz que não tomava as decisões sobre o repertório da gravadora, e manda Cornélio ao escritório do dono da Byington, Alberto Jackson Byington Jr, amigo do escritor.
Na época, qualquer canção sertaneja ou caipira só aparecia em disco por meio dos cantores ditos “profissionais”, como Francisco Alves, Mário Reis ou Gastão Formenti, nunca se cogitando gravar artistas caipiras legítimos, com seus “erres” atravessados e “esses” mudos, num distinto dialeto interiorano. Assim, previsivelmente, Byington logo procura terminar a conversa, dizendo não haver interesse na gravação de violeiros.
Cornélio, seguro de seu projeto, teria insistido, oferecendo para gravar tais discos por conta própria, algo nunca feito antes.
Byington, querendo que Cornélio desistisse da idéia, tenta opor dificuldades, dizendo que este deveria financiar mil cópias de sua gravação, pago à vista e em 24 horas, uma empreitada caríssima e épica para os padrões da época.
Fazendo as contas, Cornélio Pires deixa o prédio da Byington, e vai até a Rua 15 de Novembro, no centro de São Paulo, procurar o tal de “Castro”, pedindo-lhe o dinheiro emprestado. Ao voltar com uma mala cheia, Alberto Byington fica surpreso, chegando a exclamar: “Mas aqui tem muito dinheiro”!”“, ao que o escritor “replica:”.
É que ao invés de “mil, quero cinco mil”.
 Nem mesmo os artistas mais famosos no momento tinham tiragem similar de seus discos.
Redobrando o espanto do aturdido dono da gravadora, Cornélio replica: “Cinco mil de cada, porque já no primeiro suplemento vou querer cinco discos diferentes, e, portanto são 25 mil discos” (fontes sugerem serem 6 títulos, totalizando 30 mil discos).
Assim, iniciou-se a produção de uma série especial, com selo vermelho, pela Columbia, a “Série Cornélio Pires”, iniciada ainda em 1929.
Nela figuravam as primeiras modas de viola sambas caipiras, cururus, cateretês até então gravado que na mente dos empresários da Columbia tinha tudo para ser um fracasso terminou como um dos maiores sucessos da indústria fonográfica brasileira.
A Columbia agora se oferecia para continuar a série de discos com Cornélio e seus violeiros. Para isso, formou-se a Turma Caipira Cornélio Pires, e a série, que inicialmente teria somente 6 discos, chegou a lançar mais de 100 títulos diferentes.
Logo as outras gravadoras entrariam no rico filão da música caipira/sertaneja, que é até hoje um dos grandes mercados na música brasileira, por décadas seguidas.
Cornélio seguiu realizando espetáculos por todo o interior do estado de São Paulo, além de escrever livros de poesia e prosa, até o seu falecimento em 1958, vítima de câncer na laringe.
Em fevereiro de 1929, a Colúmbia lançou no mercado fonográfico os discos de Cornélio Pires que havia “botado a idéia na cabeça" de gravar em disco, as suas anedotas, interpretadas por ele mesmo, e algumas "modas caipiras", interpretadas por autênticos violeiros da região de Piracicaba.
Por volta de 1910, já havia duplas de moda de viola por todo canto. Anos depois, com o surgimento do disco, as gravadoras se recusavam a gravar essa música rural.
E diziam: "Quem iria comprar um disco no qual dois camaradas cantam gritado letras com erros de português?"
Essa situação durou até que Cornélio Pires, um jornalista e poeta de Tiete, fizeram uma aposta e produziu o primeiro disco de música caipira.
O Movimento Modernista procurava despertar uma consciência nacionalista em tudo.
Era uma busca às raízes. Cornélio Pires que desde 1910 abraçara essa "causa", não perdeu a oportunidade de mostrar a arte caipira através do disco.
A "Turma Caipira Cornélio Pires" (em sua 1ª fase) era composta por Arlindo Santana, Sebastião Ortiz de Camargo (o Sebastiãozinho), Zico Dias, Ferrinho, Mariano da Silva, Caçula e Olegário José de Godoy (o Sorocabinha).
O Sorocabinha com seu pai Juca Sorocaba era autênticos representantes da cultura caipira. Trabalhavam na roça como lavradores.
Os primeiros seis discos, gravados por Cornélio Pires, na Colúmbia, foram lançados em maio de 1929. Eram 12 gravações com 9 números de "humorismo", declamado pelo próprio Cornélio.
“Entre eles, está o poema “Batizado do Sapinho”, “Verdadeiro Samba Paulista”, “Desafio entre Caipiras” e Danças Regionais Paulistas” (Cana-verde e cururu), são danças recolhidas do folclore paulista, por Cornélio, interpretadas pela "Turma Caipira Cornélio Pires".
Na segunda gravação, saíram cinco discos, em outubro de 1929. E, no primeiro, de um lado está "Como Cantam Algumas Aves" (imitação de aves) - interpretação do Arlindo Santana (o homem que imitava aves e bichos) e, do outro: "Jorginho do Sertão" com Mariano e Caçula, a primeira MODA DE VIOLA, gravada no Brasil, lançada em outubro de 1929.
No dia 5 de abril de 1929, o jornal "O Estado de São Paulo, trouxe uma nota sobre as apresentações da Turma Caipira Cornélio e diz que o Arlindo Sant'Anna iria fazer imitações de "vozes da mata virgem, de macaco, jaó, tocava, uru, mambu-chitã, mambu-chororó e mambu-guaçu".
Raul Torres, um cantor de "emboladas", um ritmo nordestino, foi convidado por Cornélio Pires em 1929 para também gravar na sua "Série Cornélio Pires", onde aparece com o pseudônimo de bico doce e Sua Gente do Norte, com a "embolada" de sua autoria "Galo Sem Crista", seguindo-se de outras gravações no selo vermelho do vate de Tietê.

Arlindo Santana
Nasceu em Piracicaba, SP
Ferrinho - Piracicaba, SP
Nascidos no interior paulista, eram o que se poderia chamar de caipiras autênticos. Zico Dias foi motorista e Ferrinho trabalhador agrícola. 
Rubens da Silva, o Caçula - Piracicaba, SP.
Mariano da Silva - Piracicaba, SP.
A dupla fez sucesso e obteve bastante prestígio em meados dos anos 1930. Em 1934, já separados da Turma Caipira a dupla gravou na Columbia as modas de viola "A juriti" e "Nhô Tudeco", de autoria deles. Em 1935, num episódio curioso a dupla desistiu de participar do filme "Fazendo fita", pois se irritou com o adiamento das gravações devido ao tempo constantemente chuvoso no local de gravações que era ao ar livre no Jabaquara e voltou para o interior. Em 1937 gravou as modas de viola "Moda do mutirão" e "Recortado no jogo", de autoria da dupla. Em 1939 registraram a canção "Alma de violeiro" e a toada "Pião de boiadeiro", ambas de Herculano Silva e J. Macedo. A dupla se separou pouco depois e em 1945 teve relançado pela Continental a canção "Alma de violeiro" e a toada "Pião de boiadeiro". 
Em 1986 a moda de viola "Bonde camarão".
Ochelcis  Aguiar Laureano, o Laureano - Sorocaba - 1/5/1909 - Sorocaba, 16/1/1996
Uma das primeiras duplas sertanejas a se formar no começo dos anos 1930, na esteira da Turma Caipira de Cornélio Pires, da qual fizeram parte.
Cantor. Compositor. Violeiro. Artesão rural.
Fez parte da Turma Caipira de Cornélio Pires.
Em 1930 formou dupla com Joaquim Teixeira.
No mesmo ano, a dupla gravou pela Odeon as modas –de -viola "
“Eu nasci de madrugada”, "A quebra dos fazendeiros", "Meu viver alegre" e "Que linda morena", todas de sua autoria.
Depois formou dupla com Francisco Pedro, com quem gravaram em 1936 pela Columbia as modas –de -viola "Moças magrelas" e "São Paulo glorioso",

Zico Dias e Ferrinho
Zico Dias - João Dias Rodrigues Filho - Piracicaba, SP
Era uma dupla especializada em gêneros tipicamente rurais.
Participou-se da primeira Turma Caipira formada no final dos anos 1920, por Cornélio Pires, o pioneiro da música caipira, com artistas rurais da região de Piracicaba.
 Participavam, ainda, da Turma Caipira, Arlindo Santana, Caçula, Mariano, Sebastião Ortiz e Sorocabinha. A primeira vez que a Turma Caipira se reuniu foi em 1924, para apresentações em  São Paulo. Em 1929, a Turma tornou a se reunir para apresentações no Rio de Janeiro. No mesmo ano, saíram às séries de disco de Cornélio Pires com o selo Colúmbia. Zico Dias e Ferrinho gravaram com a Turma Caipira e Cornélio Pires, as composições "Desafio de caipiras", "O verdadeiro samba paulista" e a cana-verde cururu "Danças regionais paulistas".
A dupla, Zico Dias e Ferrinho foram uma das pioneiras na gravação de discos, uma vez que após as gravações da série de Cornélio Pires, pela Columbia, a RCA Victor lançou a Turma Caipira Victor, e em seguida foram lançados os discos de Zico Dias e Ferrinho. Em 1930, lançaram seu primeiro disco pela gravadora Victor, interpretando a moda de viola "Vou fazer um barquinho" e a dança típica "Cururu", ambos os temas de domínio público.
No mesmo ano, lançaram as primeiras composições de autoria da dupla, as modas de viola "Revolução de Getúlio Vargas" e "A morte de João Pessoa", composições onde realizavam verdadeiras crônicas de seu tempo, uma vez que naquele ano desenrolou-se a chamada Revolução de 30.
Qual a morte do então governador paraibano João Pessoa teve grande importância nos rumos do movimento revolucionário liderado entre outros, por Getúlio Vargas.
Em 1931, lançaram as modas de viola "Adeus Campinas das flores", "Os canários estão cantando" e "As moças de agora", entre outras, nas quais retratavam aspectos cotidianos e comportamentais da época, além de vivências da vida do interior. Fiéis ao seu estilo gravaram em 1932, entre outras, a moda de viola "Fui passear na cidade". No mesmo ano, gravaram, ainda de sua autoria, o cururu "Beiço de marmelada" e o cateretê "Bate pé". Em 1933, gravou a moda de viola, "Vida de violeiro", também de autoria da dupla. Em 1934, gravaram "Cururu paulista", e as modas de viola "Quando Deus criou o mundo" e "Eu já soube por notícia", entre outras. Em 1935, gravaram, entre outras, as modas de viola "Que moça bonita" e "A moça namoradeira". A dupla foi juntamente com Antenógenes Silva, Mariano e Caçula, Mandy e Sorocabinha, Laureano e Soares, Olegário e Lourenço e Raul Torres, uns dos artistas sertanejos mais prestigiados do início dos anos 1930, começo da música caipira. Apenas gravaram, afora as duas primeiras gravações de domínio público, composições da própria autoria da dupla, em sua maioria, modas de viola.
No livro "A música popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade", organizado por Flávia Camargo Toni, publicado em 2004, a pesquisadora aventa a possibilidade de Mário de Andrade ter, de alguma forma, colaborado para que a dupla gravasse na RCA Victor e mostra uma moda de viola composta por Zico Dias dedicada a Mário.
O cantor comenta o prazer da dupla em ter cantado para o escritor em evento na casa de alguém: (“... Cantei para Mário de Andrade/ Os meus versos derradeiros/ Eu tive gosto em cantar/ Pro maior crítico brasileiro"). A composição foi registrada em carta de Zico Dias endereçada a Paulo Magalhães, amigo do escritor, com a seguinte finalização: "Ao senhor Paulo e Sr. Mário, um caboclo ás ordens".

Caçula e Mariano
Cantores. Compositores. Dupla sertaneja. 
Os Irmãos trabalhavam na roça quando foram descobertos por Cornélio Pires e sendo convidados a integrar a Turma Caipira formada por ele.
Eles foram responsáveis pela primeira moda de viola gravada, "Jorginho do sertão", em 1929 pela Columbia, recolhida por Cornélio Pires. No mesmo ano gravaram diversas modas de viola, entre as quais, "O bonde camarão", "Sô caboclo brasileiro" e "A briga dos veio". No ano seguinte a dupla gravou com Cornélio Pires as modas de viola "O jogo de bicho", "Armida" e "Futebol da bicharada". 
 Foi relançada no disco "50 anos de música cabocla" pela Continental.

Mandi e Sorocabinha
Olegário José Godoy, o Sorocabinha –nascido em Dois Córregos, SP- 3/1/1895 -  
Manuel Rodrigues Lourenço, o Mandi – nascido em Anhembi, SP-25/1/1901 -
Olegário José, o Sorocabinha, era filho do machadeiro e cantador Nhô Juca Sorocaba, também conhecido por Sorocabão. Manuel Rodrigues Lourenço era professor primário e formou em 1917 o Quarteto Caboclo, juntamente com Luís Antônio de Oliveira Júnior, Astrogildo de Lima Peazza e Antônio Ferraz de Arruda. A dupla se conheceu quando o então diretor do Grupo Escolar Rural de Dois Córregos, Manuel Lourenço, viu o caboclo Olegário tocando viola num armazém. Em 1924, Sorocabinha viajou para São Paulo em companhia de Cornélio Pires, fazendo apresentações na capital paulista, no Cine República, com a Turma Caipira formada por Arlindo Santana, Caçula, Ferrinho, Mariano, Sebastião Ortiz, Sorocabinha e Zico Dias. Em 1929, voltou a se encontrar com Cornélio, que estava criando a sua Turma Caipira. Viajou para São Paulo, apresentando-se por cerca de um mês no Cine Paulista em shows diários. No mesmo ano viajaram para o Rio de Janeiro, onde realizaram as primeiras gravações de músicas caipiras. Em seguida rumaram para Santos, onde fizeram as últimas apresentações da Turma Caipira. Pouco depois, Sorocabinha se uniu a Manuel Rodrigues, que adotou o nome de Mandi para criar a Turma Caipira Victor.
A dupla gravou 64 discos pela Columbia, RCA Victor, Odeon e Parlophon.
Em 1932, participaram do filme "Vamos passear Cornélio", no qual cantou "Caboclo feliz", "Caipira mulato” e "Imposto do selo". As músicas da dupla são consideradas documentos históricos por falarem de temas da época, como a crise de 29, a Revolução Constitucionalista de 32 e outros. Em 1934, gravaram ;"Tempo ruim" e "A muié que corto o cabelo", de autoria da dupla. Em 1936, Sorocabinha mudou-se para São Paulo, o que dificultou a continuação da dupla, pois Mandi permaneceu em Piracicaba. Mesmo assim, a dupla ainda duraria mais dois anos. Sorocabinha continuaria com outros parceiros até 1951, quando encerrou definitivamente a carreira.

Laureano e Soares
Cantores. Dupla sertaneja. Compositores. 
Lançaram o primeiro disco em 1931, pela Victor, interpretando, de autoria da dupla, "Desafio", um desafio, e "Casamento", uma moda de viola. No mesmo ano, lançaram pela pequena gravadora Ouvidor as toadas caipiras "A crise" e "O diabo no mundo", que refletiam a situação de crise vivida no Brasil e no mundo naqueles anos. Em 1932, gravaram as modas de viola "Revolta de São Paulo" e "Moda dos tecelões", onde novamente retrata em suas modas a situação política e social vigente naquele momento. Em 1934, lançaram as modas de viola "Valentia de voluntário" e "A mulher e o relógio", ambas de Laureano. 
Em 1936, lançaram agora pela Columbia, as modas de viola "Chuva de pedra" e "Moda do ceguinho", as duas de Laureano. Em 1939 gravaram mais algumas modas de viola, todas de Laureano, entre as quais "Cantando no rádio", "Moda do pito" e "Casamento perdido". A dupla desfez-se em fins dos anos 1930.


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