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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mineiro e Manduzinho 20/11/11

 Mineiro e Manduzinho

Mineiro e Manduzinho gravaram 5 discos 78 RPM em 1955 e 1956 e voltaram a gravar em 1974 e em 1980 pela Marcus Pereira e pela Eldorado, respectivamente. 
existiram na verdade "duas duplas" que adotaram os nomes de "Mineiro e Manduzinho", sendo que a primeira dupla foi a que gravou os 5 discos 78 RPM na RCA, enquanto que a segunda dupla gravou os LPs (remasterizados em CD) nas décadas de 1970 e 1980. 
A primeira dupla Mineiro e Manduzinho surgiu por volta de 1954, tendo vencido um Festival da Rádio Record de São Paulo.

O Mineiro era na verdade o compositor Alcindo Freire que compôs diversas músicas que foram gravadas por renomadas duplas caipiras tais como Vieira e Vieirinha e Zilo e Zalo. 


O "nome de Batismo" de Manduzinho era Euclides Leite de Andrade. 
Mineiro e Manduzinho gravaram em 1955 seu primeiro disco 78 RPM pela RCA Victor, com a toada "Rosa Traiçoeira" (D. M. dos Santos - Teddy Vieira - Lauripe Pedroso) e a moda de viola "Preto de Alma Branca" (Lauripe Cardoso-Teddy Vieira).

No mesmo ano, gravaram mais quatro discos 78 RPM também na RCA Victor (hoje BMG). 
Um fato marcante na carreira artística da primeira dupla Mineiro e Manduzinho é que eles foram os primeiros a gravar músicas de Teddy Vieira, compositor do qual Mineiro e Manduzinho eram muito amigos.

Foi Teddy Vieira que lançou a dupla e também assinou 8 das 10 músicas gravadas nos 5 discos de 78 RPM na RCA-Victor (hoje BMG) na década de 1950. 
Foi inclusive a dupla Mineiro e Manduzinho a primeira a gravar o grande sucesso "João de Barro" (Teddy Vieira - Muibo César Cury), o que se deu no ano de 1956 também na RCA Victor (e é dessa gravação o trecho musical que o Apreciador ouve ao acessar essa página). 
Apesar da façanha histórica, a dupla Mineiro e Manduzinho não chegou a obter o merecido sucesso e passou praticamente despercebida, no entanto, o nome de Teddy Vieira ganhou projeção e foi imortalizado como excelente compositor. 
"Depois de vencer 216 duplas de credenciados violeiros, num dos mais expressivos concursos de violeiros jamais realizados no Brasil, o do 4º Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo, Mineiro e Manduzinho assinaram compromisso com a Bandeirantes e a RCA Victor, onde lançaram uma bonita série de gravações, pautadas no mais puro estilo regionalista.

O sucesso obtido pelas ondas da "mais popular emissora paulista" consagrou a querida dupla como uma das mais perfeitas cultoras das nossas tradições sertanejas. 
Quero deixar aqui a sugestão para que a gravadora BMG, a qual possui o Acervo da RCA Victor, remasterize e lance em CD essas gravações de Indiscutível Valor Histórico, a exemplo da excelente série "Luar do Sertão" que relançou diversas gravações de excelentes intérpretes do gênero Caipira Raiz! 
Conforme foi mencionado logo acima, "João de Barro" (Muíbo Cesar Cury - Teddy Vieira) teve sua primeira gravação a cargo de Mineiro e Manduzinho. De acordo com José Hamilton Ribeiro, em seu excelente livro "Música Caipira - As 270 Maiores Modas De Todos Os Tempos", o radialista Muíbo Cesar Cury ”... se encantara ao ver, no sítio de um amigo, um casal de "João de barro" fazendo sua casinha.

'É o pedreiro da floresta', disseram a ele. Muíbo passou horas acompanhando o trabalho da construção do ninho de barro. Quando soube da história de que o passarinho, se traído pela fêmea, aprisionava-a na casinha, levando a parceira à morte, começou - sem nenhuma experiência - a compor a música. 
De origem Libanesa, Muíbo nunca vivera no campo (seu pai tinha uma lojinha em Marília-SP).

Em compensação, curtia Música Caipira desde menino e tocava Viola, já tendo sido componente de uma dupla.

Fez os versos da canção (que acabaram ficando confusos e muito longos) e ajeitou uma melodia, mas entendeu que aquilo podia dar certo se alguém criativo, e com prática, desse ali uma mexida (... Pergunta daqui, pergunta dali descobriu que o homem certo para ajudá-lo era Teddy Vieira, já um autor diferenciado.

Aproximou-se dele, foi recebido com simpatia e ali mesmo, no corredor da rádio, mostrou seu 'rascunho'. Teddy disse na hora que achava que ia dar certo, com possibilidade até de entrar em um disco que estava em produção.

Gravou numa fita a música, na voz de Muíbo, avisando que precisaria dar uma ajeitada na melodia e na letra (...) A dupla Mineiro e Manduzinho estava dependendo de uma nova música para fazer seu disco (...) Muíbo foi ver a dupla ensaiar a Moda - estava uma beleza.

Marcou-se estúdio.

Mineiro ficou doente, precisaram adiar.

Demorou em ser estabelecido novo dia de gravação, o rapaz não melhorava.

Nova data, novo adiamento.

Por fim, após outros discos na frente, a prensagem agora tinha que aguardar na fila.

Por fim, o disco saiu (... Entre o fim da prensagem e a data de lançamento, morreu Mineiro.

Era um moço lutador, muito querido.

A comoção foi grande, não havia mais clima para fazer lançamento, trabalhar o disco, batalhar as músicas.

O parceiro remanescente nem sequer foi à gravadora para se informar, pedir alguma providência.

Numa palavra: o disco 'morreu', com tudo o que continha. “
E, de acordo com o compositor Muíbo Cesar Cury,” Passaram-se vários anos, ninguém falava em 'João de Barro'.

Fazer o quê, mais uma Moda, que não pegou. “
Pedro Bento e Zé da Estrada também freqüentavam o mesmo estúdio na época da gravação e haviam aprendido à belíssima, composição, a qual apresentava com freqüência em seus shows. Até que no ano de 1974, Sérgio Reis havia procurado o Zé da Estrada atrás de idéias para gravação, ao que este lhe sugeriu o "João de Barro". Tendo gostado, o "Serjão" contactou Muíbo que ”... Já estava até conformado com o apagão do pedreiro da floresta.

Aí vem o disco do Sérgio e o que se vê é uma explosão.

Teddy não estava mais aqui para ver o nosso João no lugar que ele merece." 
Mineiro de fato veio a falecer em 1958, ocasião na qual a dupla já havia parado de cantar.

Com a morte do Mineiro, Teddy Vieira compõe juntamente com Piraci a toada "Adeus Do Mineiro" que foi, em 1959, a gravação de estréia da dupla Zilo e Zalo, que teve uma curta amizade com a Mineiro e Manduzinho, já que eram cartazes na Rádio Bandeirantes de São Paulo-SP na época, quando ambas as duplas iniciavam a carreira. 
E, com o final de carreira da dupla de tão pouca duração, Manduzinho voltou para Sorocaba-SP

Manduzinho faleceu em 1998, no dia 30/12/2006. 
Constam injustamente pouquíssimas referências a dupla Mineiro e Manduzinho, apesar de serem excelentes intérpretes no Estilo Caipira Raiz.
E, em 1974, apareceu uma nova dupla também Caipira Raiz, a qual já havia gravado alguns discos com outro nome, com o qual não haviam feito sucesso.

Os integrantes da dupla adotaram então o nome artístico de "Mineiro e Manduzinho" e participaram de dois excelentes projetos na Marcus Pereira e também na Eldorado. 
O trabalho pela Marcus Pereira se deu em 1974, quando Mineiro e Manduzinho participaram da série "Música Popular do Centro-Oeste/Sudeste", interpretando "Pagode" ( Tião Carreiro -Carreirinho), "Começo do Fim" ( Moacir dos Santos -Lourival dos Santos), "Chitãozinho e Xororó" (Serrinha - Athos Campos) e "Do Lado Que O Vento Vai" ( Raul Torres). 
Curiosamente, o nome da dupla vem grafado como "Mineirinho e Manduzinho" nos discos da Marcus Pereira. 
O Mineiro da "Segunda Dupla", tinha o "nome de Batismo" Dirceu Azevedo.

Nascido no dia 07/03/1941 em Orlândia - SP numa fazenda de nome "Monte Bello".

No entanto, o Músico faleceu com apenas 57 anos de idade, no dia 18/12/1998, na Capital Paulista, vítima de um infarto fulminante. 
o fato de ele ter nascido na fazenda "Monte Bello", foi que o inspirou a gravar o clássico "Mineiro de Monte Belo" (Lourival dos Santos - Serrinha) no LP "Versos, Vozes e Viola" - Inicialmente, quando ainda jovem e morando no interior, Dirceu Azevedo vagou por diversas emissoras de Rádio, integrando a Dupla "Vaqueiro E Vaqueirinho", sem resultados expressivos. Já na Capital Paulista e mais maduro, chegou fazer parte da Dupla "Charanga e Xará", ocupando o lugar do Charanga, que havia falecido. Em Dupla com o Xará, Dirceu também não obteve resultados expressivos enquanto foi o "segundo Charanga". 
Algum tempo depois, Dirceu conheceu Sebastião Martins De Sousa que passou a ser seu companheiro de Dupla com o nome artístico de Manduzinho, enquanto que Dirceu adotou o pseudônimo de Mineiro, na "Segunda Dupla" "Mineiro e Manduzinho" que acabava de se formar. 
E foi no ano de 1980 que Mineiro e Manduzinho participaram do Álbum Duplo "Caipira - Raízes e Frutos", lançado pela Eldorado, que contou com apresentação de Antônio Candido, que escreveu um interessantíssimo texto no encarte. A dupla interpretou "Bombardeio" (Zé Carreiro - Geraldo Costa), "Rio Pequeno" ( Tonico - J. Merlini), "Rei do Gado" ( Teddy Vieira), "Situação Encrencada" (Cornélio Pires) e "Toada de Mutirão (Paulista)" (Cornélio Pires).

O disco contou também com a participação de Adauto Santos e João Pacífico que, juntamente com Mineiro e Manduzinho, interpretaram "Estória de um Prego" ( João Pacífico), "Besta Ruana" ( Ado Benatti - Tonico), "Couro de Boi" (Teddy Vieira - Palmeira, "Moda da Revolução" (Cornélio Pires - Arlindo Santana), "A Morte de João Pessoa" (Zico Dias - Ferrinho), "Cruel Destino" (Carreirinho) e "Rio de Lágrimas" ( Piraci - Lourival dos Santos - Tião Carreiro), além de também terem regravado "Pagode" ( Tião Carreiro - Carreirinho) nesse álbum duplo lançado em 1980. 
Para nossa felicidade, os LPs da Marcus Pereira e da Eldorado foram remasterizados em CD (apesar de que o CD da Eldorado teve duas faixas a menos do que o Álbum Duplo em LP, possivelmente por problema de cronometragem). 
E, após as participações nos LPs da Marcus Pereira e Eldorado, Mineiro e Manduzinho gravaram em 1982 o LP "Versos, Vozes e Viola" pela RA Gravações de Rubens Avelino.

De acordo com a Revista "Moda & Viola - Ano IV - Nº 28 - de 1982, esse disco ”... Concede a Mineiro e Manduzinho mais um grande êxito a acrescentar às suas promissoras carreiras, duas vozes inegavelmente bonitas e afinadas num LP de bom gosto... " Resta-nos esperar que esse LP não fique "perdido no tempo" e seja brevemente remasterizado em CD!


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