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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ser Caipira 08/11/11

Ser caipira é ser Rural.
Caipira é uma designação tipicamente paulista.
Nascida da primeira miscigenação entre o branco e o índio.
"Kaai 'pira" na língua indígena significa, o que vive afastado, ("Kaa"-mato ) ( "Pir" corta mata ) e ( "pira"- peixe).
Também o cateretê, inicialmente uma dança religiosa indígena, na qual os Índios batiam palmas, seguindo o ritmo da batida dos pés, deu origem à "catira".
A catira passou a ser um costume de caboclos, antigamente chamados de "cabo locos".
Com o avanço dos brancos em direção ao Mato Grosso e Paraná a cultura caipira foi junto, levada principalmente pelos tropeiros.
Hoje o termo "Caipira" generalizou-se sendo para o citadino uma figura estereotipada.
Mas esse ser escorregadio e desconfiado por natureza, resiste às imposições vindas de fora.
Tem uma espécie de cultura independente, como a dos Índios. Infelizmente alguns intelectuais passaram de modo errôneo a imagem do caipira.
Hoje as festas "caipiras" que se encontram nas cidades e nas escolas não passam de caricaturas de uma realidade maior.
Foi criada uma deturpação do que o povo brasileiro possui de mais profundo e encantador em suas raízes.
"A primeira mistura", a pedra fundamental.


O falar errado do caipira não é proposital.
Permanecendo ele afastado das cidades, mantém no seu dialeto, muito conhecimento, que o homem da cidade já perdeu, com sua prosperidade aparente.
O caipira conhece as horas apenas olhando para o céu e vendo a posição do sol.
Sabe se no dia seguinte virá chuva ou não, pois conhece a fundo o mundo natural.
Tem um chá para cada doença, uma simpatia para cada tristeza... Para o citadino o caipira virou motivo de divertimento, quando deveria ser o exemplo de amor a terra.
Do antepassado Índio ele herdou a familiaridade com a mata, o faro na caça, a arte das ervas, o encantamento das lendas.
Do branco a língua , costumes, crenças e a viola, que acabou sendo um dos símbolos de sua resistência pacífica.
Muitos são os ritmos executados na viola, da valsa ao cateretê.
Temos Cateretê baião; Chula polca; Toada de reis: Cateretê- batuque, Landú, Toada; Pagode, etc.
Apesar de parecer um homem rústico, de evolução lenta, em suas mãos calejadas ,ele mantém o equilíbrio e a poesia da fusão duas etnias.
E traduz seu sentimento acompanhado da viola, companheira do peito, onde canta suas esperanças, tristezas e as belezas do nosso país.
A música rural, criativa , contrapõe-se aos modismos vindos do exterior. Ainda é uma forma resistente de brasilidade, feita por um do povo que conhece muito o chão do nosso país.
Hoje está querendo fazer uma fusão cultural, a do "caipira" com o "country" americano.
O que se vê, é gente fantasiada de "cowboy", mas que não sabe sequer em qual fase da lua estamos...
A viola é um instrumento bem menor que o violão, com a cintura mais acentuada, e encordoado de maneira diferente.
Ela possui dez cordas, agrupadas duas a duas, sendo algumas de aço e outras, revestidas de metal.
A disposição das cordas, começando de baixo para cima é: os dois primeiros

pares afinados em uníssono; e os demais, afinados em oitavas.
Os nomes dados as cordas são de origem portuguesa, existindo, no entanto, muita contradição nas informações prestadas pelos violeiros, ou seja, a mesma corda recebendo vários nomes diferentes.
Alguns violeiros concordam em geral com os seguintes nomes: prima e contra Prima ou primas - requinta e contra-requinta ou segundas - turina e contra-turina - toeira e contra-toeira - canotilho e contra-canotilho.
Para o terceiro par encontramos ainda o nome verdegal, quando é usada linha de pesca no lugar da corda de aço.
As violas, geralmente, são feitas artesanalmente, e o tempo mínimo para se fazer uma viola é de dez dias.
0 conhecido artesão Zé Côco do Riachão, um dos raros "fabricadores" de violas e rabecas, utiliza uma cola feita de banana do mato, também conhecida por Sumaré.
No tampo, ele usa a madeira emburana de espinho; o braço é feito de cedro; o espelho, cravelhas e ornamentos de caviúna (candeia); e a lateral feita de pinho.
Entretanto, na maioria das violas encontradas, a madeira utilizada para o tampo, foi o pinho que, de acordo com os violeiros, é a de melhor sonoridade.
0 violeiro costuma dar à viola, os mais variados nomes, assim temos a viola caipira, a viola cabocla, a viola sertaneja, a viola de pinho, a viola de dez cordas, todas se referindo ao mesmo instrumento.
A viola com dez trastes é denominada também de meia-regra, e a com trastes até na boca, de regra-inteira.
No litoral paulista, foram encontradas, violas com sete cordas, (dois pares e três singelas), nove cordas (quatro pares e uma singela), e dez cordas (cinco pares), todas mantendo as cinco ordens de cordas.
É interessante observar que, numa das afinações da viola de sete cordas, o quinto par foi afinado em intervalo de quinta, e o quarto, em uníssono.
Cocho é empregada pelo homem do campo, referindo-se a uma tora de madeira escavada, formando uma espécie de recipiente.
A viola de cocho, encontrada no estado de Mato Grosso, recebe este nome, porque é confeccionada em um tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola, e escavado na parte que corresponderia à caixa de ressonância.
Neste cocho, no formato de viola é afixado um tampo, e em seguida, as partes que caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho, o rastilho e as cravelhas. 0 seu comprimento é em torno de 70 cm por 25 cm, com 10 cm de largura.
Algumas violas possuem um pequeno furo circular no tampo, medindo de 0,5 a 1 cm de diâmetro, outras não apresentam furo.
A viola sem furo no tampo é coisa recente, os violeiros antigos a preferem com o furo, pois no dizer de um destes violeiros, "o furo é prá voz fica mais certa, sem o furo a zoada fica presa".
0 braço da viola, juntamente com a paleta (cravelha, é bem reduzido, medindo em torno de 25 cm.
O cocho é de muita utilidade no campo, e se presta, principalmente, a alimentar os animais domésticos.
A paleta, geralmente, faz um ângulo bem acentuado com o corpo do instrumento, e possui cinco ou seis furos.
Este instrumento apresenta sempre cinco ordens de cor das, com as cinco cordas singelas, ou com quatro singelas mais um par.
Neste caso, a terceira ordem consistiria de um par de cordas afinado em oitava. Também é encontrada viola com seis furos na paleta, mas com apenas cinco cravelhas.
As madeiras utilizadas na sua construção são várias: para o corpo do instrumento as preferidas são, a Ximbuva e o Sarã; para o tampo, Figueira branca, e para as demais peças, o Cedro.
A maioria das violas de cocho se arma com cinco cordas singelas, quatro de tripa e uma de aço.
Atualmente as cordas de tripa estão sendo substituídas por linhas de pesca, devido à proibição de caça na região.
Estas, de acordo com os violeiros, são bem inferiores às de tripa.
A corda de aço tem o nome de "canotio", e tem, aproximadamente, o mesmo calibre da quarta corda do violão.
Os nomes das cordas são os seguintes: prima, segunda ou contra, do meio ou terceira, canotio e corda de cima.
A viola de cocho é um instrumento bem primitivo, o número de pontos, ou trastos, varia entre dois a três.
Quando a viola possui três pontos, o intervalo entre eles é de semitom, quando possui dois pontos, o primeiro dá o intervalo de um tom, e o segundo de semitom.
Os pontos são feitos de barbante, amarrados bem firmes, e revestidos com cera de abelha, para que prendam melhor na madeira, no dizer do violeiro.
A viola de cocho é usada, principalmente, para o cururu e o siriri, funções bem populares em Mato Grosso, mas também é usada para o ranqueado.
Ela possui duas afinações básicas, a afinação "canotio solto" e a afinação "canotio preso", sendo muito semelhantes entre si.
Os acordes mais usados são os de Tônica e Dominante com sétima e raramente o de Sub-Dominante.
No siriri, onde a Sub-Dominante é mais usada, a afinação empregada é a de "canotio preso", para que esse acorde seja armado com apenas dois dedos.


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