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terça-feira, 8 de novembro de 2011

08/11/11 Raul Montes Torres

Raul Montes Torres
Raul Montes Torres (11 de julho de 1906  12 de julho de 1970) foi um cantor e compositor brasileiro.

Nasceu em Botucatu, SP, filho de imigrantes espanhóis.
Na sua cidade já se dedicava à música, cantando música caipira em festas, mas foi na cidade de São Paulo na década de 1920 onde decidiu dedicar-se definitivamente à vida artística.
Passa a trabalhar na Rádio Educadora de São Paulo em 1927, tocando modas de viola Inicialmente não escreveu e nem cantou músicas sertanejas, mas sim sambas e emboladas, participando do grupo Turunas Paulistas.
No ano de 1937, forma dupla com Serrinha, que era seu sobrinho e passa a se dedicar a escrever e cantar músicas caipiras lançando mais de (?) discos em 78 rotações.
No ano de1940, escreve a clássicas Saudades de Matão ("Neste mundo eu choro a dor, por uma paixão sem fim, ninguém conhece a razão por que eu choro no mundo, assim...").
Compôs mais de 100 canções, entre as quais a Moda da Mula Preta ("Eu tenho uma mula preta com sete palmo de altura...")
Em 1945, começa a compor com João Batista Filho, mais conhecido como João Pacífico e, desta parceria, resultam as canções Pingo d'Água.


("Eu fiz promessa pra que Deus mandasse chuva pra crescer a minha roça e vingar a criação..."), Colcha de Retalhos ("Aquela colcha de retalhos que tu fizeste, juntando pedaço em pedaço foi costurada..."), Mourão da Porteira ("Lá no mourão esquerdo da porteira, onde encontrei vancê pra despedi..."), Cabocla Teresa.
("Há tempos fiz um ranchinho, pra minha cabocla morar, pois era ali nosso ninho, bem longe desse lugar...").
A partir de 1960, passou a se dedicar cada vez mais à apresentação de programas de rádio, especialmente pela Rádio Record de São Paulo.
Faleceu um dia depois de seu aniversário de 64 anos, logo após a gravação do LP “O maior patrimônio da música sertaneja”.
Durante muitos anos apresentou um programa na Rádio Record com o violeiro Florêncio.
Quando tinha 50 anos, casou-se com Adelina Aurora Barreira, no ano de 55.
Sua mulher era funcionária pública.
Eles permaneceram casados até o dia de sua morte, portanto ficaram casados por 15 anos

Alvarenga e Ranchinho

Murilo Alvarenga nasceu em Itaúna -MG no dia 22/05/1912

Diésis dos Anjos Gaia, o Ranchinho, nasceu em Jacareí-SP no dia 23/05/1913
Antes de iniciar o resumo biográfico, é preciso lembrar que o Alvarenga foi apenas um e que, no entanto, por força das circunstâncias, acabou fazendo dupla com "3 Ranchinhos"!!
O "primeiro Ranchinho", portanto, foi Diésis dos Anjos Gaia, que cantou com Alvarenga de 1933 a 1938, retornando no ano seguinte e que, após outros sumiços, abandonou a dupla em 1965.
O "segundo Ranchinho" foi Delamare de Abreu (nascido em São Paulo-SP no dia 28/10/1920), irmão de Murilo Alvarenga por parte de mãe, e que fez dupla com ele por dois meses na década de 50. Delamare mais tarde deixou o palco e passou a ser Pastor Protestante.
E o "terceiro Ranchinho", que foi quem ficou mais tempo ao lado de Murilo, foi Homero de Souza Campos (1930-1997), conhecido também como "Ranchinho da Viola" e como "Ranchinho II" (apesar de ter sido o "terceiro").
Homero cantou com Murilo Alvarenga de 1965 até o seu falecimento em 1978.
O "Ranchinho da Viola" foi o mesmo Homero que também integrou o "Trio Mineiro", juntamente com Bolinha e Cosmorama e que chegou a gravar 12 discos de 78 RPM. E, com Alvarenga, Homero gravou 15 discos, entre 78 RPM e LPs.
Chegaram a gravar 30 LPs e 600 discos em 78 rotações em 50 anos de carreira. Ocuparam lugar de destaque na música sertaneja brasileira, significando grande parte do faturamento das gravadoras. Foram importantes atrações no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, bem como nas programações de rádio da época. Em suas paródias e músicas, criticavam o governo de Getulio Vargas e chegaram a incomodar tanto sua polícia que foram várias vezes presos.
A dupla participou do primeiro filme falado feito em São Paulo, Fazendo Fita, em 1935, levada por Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado. Fizeram também Tererê Não Resolve, em 1938, Laranja da China e Céu Azul, em 1940. Sobrinho de Cornélio Pires, quem primeiro gravou música sertaneja, Ariowaldo uniu-se à dupla e lançou no rádio a Trinca do Bom Humor. O trio estreou no disco em 1936, com Itália e Abissínia, uma sátira sobre o conflito entre os dois países. Zombaram da instituição do divórcio em O Divórcio vem Aí e divertiram o público quando na troca da moeda em 1943 com Você Já Viu o Cruzeiro? Em cima do problema de combustível durante a guerra, fizeram Racionamento da Gasolina.
Criticaram todo mundo, Hitler, Mussolini e políticos locais de vários escalões. Por causa de Liga dos Bichos, onde em 1936 relacionaram os políticos aos animais, teve problemas com a censura, que viu na letra uma alusão a Osvaldo Aranha, um dos principais ministros de Getulio.
Com História de um Soldado, letra da autoria de Alvarenga, eles foram detidos pela polícia e levados por Alzira Vargas, filha de Getulio, à presença do presidente para que apresentassem a paródia. Embaraçados, cantaram a música até o fim, cuja letra referia-se a tramitação de um documento pelo exército até chegar às mãos do Presidente da República.
Getulio sorriu, afirmou não ver ofensa nos versos e liberou a dupla, desde que não ferissem a moral ou o físico das pessoas.
Entre seus trabalhos, destaca-se também a valsa humorística Drama de Angélica, da autoria de Alvarenga.
Em 1956, gravaram para a Odeon os baiões Tá no Papo e Guaratinguetá, ambos de autoria da dupla. Encerraram a carreira de paródias em 1966, com uma gozação com a música de Geraldo Vandré, Disparada.
Alvarenga faleceu em 18/01/1978.
Ranchinho faleceu no dia 05/07/1991.
Serrinha e Caboclinho
Serrinha, ou Antenor Serra, nasceu em 26.6.1917, na cidade de Botucatu, que se localiza no centro do Estado de São Paulo.
Era o segundo dos dois filhos de um italiano motorista de praça e de Isabel, irmã de Raul Torres, cantador e compositor, talvez a mais importante expressão até hoje da música caipira, com vasta discografia e incursões pela música sertaneja em geral, tendo começado como O Embaixador da Embolada em 1927.
Serrinha era cantador, violeiro e compositor, em todas essas áreas se destacando.
Sua toada Chitãozinho e Xororó, em parceria com o letrista Athos Campos.
E um clássico da música brasileira e não apenas da sertaneja.
Desde menino interessava-se pela viola, sempre a rodear Lopinho, violeiro de Botucatu, para aprender os mistérios do instrumento.
Botucatu, aliás, tem sido berço de gente de destaque na arte cabocla: Tinoco (da dupla com Tonico), Carreirinho, Zé da Estrada (da dupla com Pedro Bento), Angelino de Oliveira (nascido em Itaporanga, SP, mas em Botucatu desde pequeno e onde compôs a célebre Tristezas do Jeca), Raul Torres e outros.
É terra também da jornalista Rosa Nepomuceno, autora do livro Musica Caipira, Da Roça ao Rodeio, Editora 34, 1999, obra básica do assunto.
Com 15 anos, Serrinha já tocava em festas. Em 1935, com 18 anos, é admitido como conferente na Estrada de Ferro Sorocabana.
Raul Torres, seu tio, nome já consagrado por muitos sucessos, numa das idas a Botucatu, constata-se que ele possuía qualidades suficientes para ser lançado e assim propõe que formem uma nova dupla. Para tanto era preciso que Serrinha se mudasse para a capital paulista.
Corria o ano de 1937.
Foi providenciado a transferência de Serrinha para os escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, pois não convinha deixar a segurança desse emprego pelo risco da vida de cantador.
Desse modo, tal qual Raul Torres, também ferroviário da Sorocabana, sempre ele soube conciliar ambas as atividades, deixando a música para o período da noite e os finais de semana. Aposentar-se-ia em 1968 na estrada de ferro.
Em São Paulo, nesse mesmo ano de 1937, sairia o primeiro disco de Raul Torres e Serrinha (Cheguei na Casa da Veia/ De Terça Pra Quarta-Feira) através da gravadora Colúmbia, no total 4 discos com 8 músicas nessa marca.
Ainda em 1937, transferem-se para a RCA-Victor e nela ficam até 1940, , com 33 discos e 50 músicas gravadas. Em 1941, na Odeon, conseguem a proeza de gravar 13 discos com 25 músicas em apenas uma semana de agosto desse ano!
E foram páginas que enriqueceram a música sertaneja e brasileira: Cabocla Tereza, No Mourão da Porteira, Futebol da Bicharada, Adeus Campina da Serra, Que Moça Bonita!, Paraguaíta, Festança no Rancho Fundo, A Mulher e o Trem e muitas mais.
No total, gravaram 60 discos com 83 músicas.
Serrinha fazia a segunda voz. Registre-se, de passagem, que Mariano da Silva (pai do acordeonista Caçulinha) e Serrinha, em 1938, fizeram a gravação original da valsa Saudades de Matão.
Raul Torres e Serrinha depois, infelizmente, se separariam por motivos não-artísticos para nunca mais manterem qualquer tipo de relacionamento.
Quando chegou a São Paulo, em 1937, Serrinha foi morar numa pensão, onde conheceu Luiz Marino Rebelo, bombeiro de apelido Mulatinho, com o qual costumava cantar sem compromisso.
Mulatinho seria mais tarde funcionário da Secretaria da saúde.
Na mesma rua morava uma linda jovem, Olinda Itália (1918), natural de Mauá, vindo a casar-se com ela em 1940. Sueli e Jony foram seus filhos. D. Olinda mora em Botucatu.
Tendo de prosseguir sua carreira, desfeita que estava à dupla com Raul Torres, Serrinha procurou Mulatinho e com ele formou novo duo.
Sugeriu a mudança de Mulatinho para Caboclinho, mais de acordo com os gêneros sertanejos.
Nessa fase de 1943 a 1957, é de se notar que poucas músicas não tiveram a autoria de Serrinha, com e sem parceiros, e muitas foram sucesso.
Regravariam a toada Chitãozinho e Xororó na Continental (1951). Serrinha fazia a primeira voz.
Entre os demais sucessos, O Fim do Zé Carreiro, Os Três Beijos do Calvário, Codorninha Mineira, Bom Jesus de Pirapora, Vai Canoa Vai, Velha Palhoça e outros.
Depois do falecimento de Caboclinho, Serrinha recomporia a dupla com Zé do Rancho (João Isidoro Pereira), sempre com Riellinho junto.
Em 1968 Serrinha tem de deixar a vida artística por causa de problemas cardíacos.
Mesmo assim vem a gravar um LP independente em 1970.
Faleceu com apenas 61 anos, em 19.8.1978, na sua Botucatu, que sempre enalteceu e amou.
O texto não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.
Vieira e Vieirinha
Rubens Vieira Marques (Vieira) nasceu em 20 de setembro de 1926, e Rubião Vieira (Vieirinha) nasceu em 26 de agosto de 1928, ambos nascera, em Itajobi, interior do estado de São Paulo. 
Filhos de Bernardino Vieira Marques, nascido em Portugal, e Maria Gabriela de Jesus. 
Bernardino chegou ao Brasil ainda mocinho, e casou-se com Maria Gabriela, com quem teve nove filhos, sendo cinco homens e quatro mulheres. 
Vieira e Vieirinha cantam juntos desde muito pequeno, sempre incentivados pelo pai. Cresceram junto com os primos-irmãos Zico e Zeca, e Liu e Léu.
Não havia festas que eles não estivessem presentes, sempre cantando e dançando catira. 
Em 1949, conheceram Tonico e Tinoco, que passaram uns dias no sítio em que moravam, a convite do seu Bernardino.
Tonico e Tinoco ao ouvirem os Irmãos Vieira cantar, gostou da dupla e os convidou para apresentações em conjunto nos cinemas da região.
Os Irmãos Vieira, devido à timidez, no primeiro show em Catanduva, apresentaram-se de costas para a platéia.
Então Tonico e Tinoco os viravam, e eles desviravam e ficavam de costas.
Tinoco declara brincando que "os meninos começaram de costas pra arte". 
Tonico e Tinoco ofereceram de levá-los para a capital, mas eles ainda não tinham coragem de deixar o interior.
Iniciava-se ali uma grande amizade entre as duas duplas.
Durante o tempo em que ficaram no sítio da família, colocou na cabeça dos Irmãos Vieira que eles teriam que enfrentar.
Aí começaram a se apresentar nas quermesses, nas festas, nos cinemas, nos auditórios, e nas rádios da região, onde em pouco tempo ficaram conhecidos nas redondezas. 
No rádio iniciaram em 1948, em Novo Horizonte, na Rádio Novo Horizonte ZYS-9, onde cantavam todos os dias no Programa "O Viajante do Sertão", com o nome de "Irmãos Vieira". Depois se transferiram para a Rádio Clube de Marília, onde permaneceram por dois anos com programa exclusivo patrocinado pelo refrigerante "Gentil". 
Em 1950, fizeram a campanha eleitoral de Getúlio Vargas, que foi o primeiro a lhes abrir as portas para o meio artístico.
Depois do último comício na cidade de Duartina, ao descerem do trem com Getúlio, ele disse à dupla que se fosse eleito poderiam pedir o que quisessem.
Getúlio se elegeu, e os Irmãos Vieira escreveram-lhe uma carta falando do sonho de cantar no Rio de Janeiro.
Getúlio então lhes abriu as portas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, mas a mãe deles não deixou os irem, pois tinha medo do mar.
Então pediram a Getúlio uma oportunidade em São Paulo, que os apresentou à Rádio Nacional de São Paulo.
Viajaram com o telegrama de Getúlio no bolso.
Tinoco foi esperá-los na estação da Luz e ficaram hospedados na casa de Tonico. 
Estiveram três vezes na Rádio Nacional, na tentativa de conversar com o diretor da emissora, porém não foram atendidos.
Tonico perguntou a eles, se haviam mostrado o telegrama de Getúlio, e eles disseram que não. Quando voltaram à Rádio com o telegrama na mão foram recebidos na hora.
Então se apresentaram pela primeira vez naquela emissora no Programa "Alvorada Cabocla", de Nhô Zé, em 1951, com o nome de "Vieira E Vieirinha", que foi adotado por sugestão dos padrinhos Tonico e Tinoco. 
Aí conseguiram um programa só deles: "Sertão na Cidade", onde cantavam músicas de Tonico e Tinoco, Serrinha e Caboclinho, e músicas de autoria de Teddy Vieira e José Fortuna. 
A Rádio Nacional foi à primeira moradia dos dois em São Paulo.
Por alguns meses, dormiram no prédio da emissora.
Ali eles cantaram de 1951 a 1954. Retornaram à emissora em 1958.
Foram no total 25 anos de Rádio Nacional.
De 1955 a 1958, atuaram no famoso Programa "Alma da Terra" da Rádio Tupi, as segundas, quartas e sextas-feiras, das 20h30min às 21: horas, o chamado horário nobre do rádio na época. 
A dupla foi um exemplo de sucesso no rádio, antes de começarem a gravar disco.
Muito diferente dos dias de hoje, naquela época o disco não era o canal direto que colocava as duplas em contato com o seu público, primeiro tinham que fazer o nome no rádio para depois gravarem. 
Gravaram seu primeiro disco 78 RPM em 1953, pela Continental, com as músicas "O Canoeiro não morreu" e "Novo Londrina". 
Foram no total 32 discos 78 RPM. Em 1959 gravaram seu primeiro LP intitulado "Vieira e Vieirinha Apresentam Suas Modas", onde reúnem alguns de seus sucessos gravados em 78 RPM. 
A vendagem dos discos e os cachês dos shows renderam-lhe um bom dinheiro e, em 1960, resolveram voltar para o interior, por não se adaptarem à vida na cidade grande.
Adquiriram um restaurante de beira de estrada e uma fazenda em Goiás de 1500 hectares comum escritura falsa.
Perderam tudo e recomeçaram do zero. 
Em 1963 lançaram o LP "A Volta de Vieira e Vieirinha".
Daí para frente foi inúmeros discos gravados, que totalizam aproximadamente 35, com os mais variados ritmos, mas a característica que mais marcou a dupla foi à dança da catira que lhes rendeu o slogan de "Os maiores catireiros do Brasil". 
A dupla só veio a se desfazer com a morte de Vieirinha, ocorrida em 07 de abril de 1991. 
Vieira se afastou da arte por algum tempo, e só voltou em 1996, quando gravou um disco com seu filho Ailton Estulano Vieira, com o nome de "Vieira e Vieira Jr.", com quem permaneceu cantando, fazendo shows e se apresentando em programas de TVs. 
Vieira faleceu em 09 de julho de 2001. 
O maior sucesso da dupla foi sem dúvida "Garça branca". Mas outras músicas também se destacaram, como: Transporte de Boiada, Cravo na Cinta, Rosas de Carne, Noite Serena, Silêncio do Berrante, Adeus Querida, Ladrão de Mulher, Recortado Paulista, entre outros.



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