Jackson Antunes:
“Tenho uma
ligação muito grande com o Povo do Sertão”.
Costumo ouvir que
'tenho a cara do Caboclo Brasileiro', o que me enche de orgulho.
“Na novela “Esperança”, com o personagem Zangão,
já pude mostrar aos espectadores um pouco deste universo, através das músicas
que dedilhava na Viola.” (Jackson Antunes).
Joaquim Antunes nasceu no dia 28/08/1960 em Janaúba
- MG.
Começou a trabalhar com bem pouca idade na lida
do campo. Trabalhou também como padeiro, engraxate e pintor letrista.
Conhecidíssimo como ator, Jackson Antunes tem se
destacado interpretando "personagens rústicos" e de "forte
brasilidade" em diversas novelas da Rede Globo, como por exemplo,
"Renascer", "O Rei do Gado", "Terra Nostra" e
"Esperança" e, mais recentemente, na Rede Record, "Escrava
Isaura".
No entanto, ainda são poucos os que conhecem seu
talento como Violeiro ou como "Cantador Matuto", como ele mesmo se
autodenomina.
Seu avô foi grande aboiador e, ironicamente,
faleceu no mesmo dia em
que Jackson Antunes nasceu.
Ainda na infância, Jackson acompanhava de porta
em porta as Folias de Reis típicas do Norte Mineiro
Jackson também foi influenciado por programas que
ouvia no rádio que sua irmã havia comprado e, nas Ondas Curtas da Rádio
Nacional de São Paulo (hoje Globo), dentre outras, Jackson costumava ouvir
músicas caipiras interpretadas por duplas do quilate de Tião Carreiro e
Pardinho, Cacique e Pajé e Sulino e Marrueiro, apenas para citar algumas.
Com 8 anos de idade, Jackson Antunes apaixonou-se
pelo circo, local onde dirigia e atuava em dramas que eram de sua autoria. Em sua Janaúba natal,
Jackson também escrevia poemas para o jornal local, "O Gorutuba".
Passou também pelo Teatro Amador e, mais tarde,
pelo Teatro Profissional, já em Belo Horizonte - MG. No currículo, mais de 30
peças teatrais encenadas, todas de autores brasileiros. Jackson também teve
aulas de canto com o professor José Spinto que também era primo de Gilda de
Abreu, esposa do inesquecível tenor Vicente Celestino!
Jackson Antunes fez um teste para TV em 1988, mas
foi somente em 1991 que ele recebeu o convite de Luiz Fernando Carvalho, para
estrear na novela "Renascer", na qual interpretou o
"jagunço" Damião. Sucesso de público e crítica, ganhou diversos
prêmios, dentre eles, o Troféu Imprensa e o Prêmio APCA (Associação Paulista
dos Críticos de Arte).
Apesar de seu renome como ator na Rede Globo,
Jackson Antunes também quis se dedicar à Música e à Viola, às quais ele
considera também como um outro meio de expressar seu apego à Cultura Popular.
Foi graças ao cantador e compositor Téo Azevedo,
também Mineiro do Norte e proprietário da gravadora Pequizeiro, que Jackson
Antunes conseguiu finalmente gravar seu primeiro CD (Jackson Antunes Canta Téo
Azevedo), após sete anos de negativas de diversas outras gravadoras. Consta
nesse CD, dentre outras, as músicas "Velho Chico" (Téo Azevedo -
Corrêa Neto), "Réquiem A Tião Carreiro" (Téo Azevedo), "Meu
Orgulho É Ser Vaqueiro" (Téo Azevedo) e "Viola de Bolso" (música
de Téo Azevedo - versos do poeta Carlos Drummond de Andrade).
O segundo CD, Jackson também gravou pela
Pequizeiro: "Jeitão de Caipira", em dueto com Tião do Carro, com
destaque para inesquecíveis sucessos da Música Caipira Raiz, tais como
"Terra Roxa" ( Teddy Vieira), "Travessia do Araguaia" (
Dino Franco - Dicró dos Santos), "A Vaca Já Foi Pro Brejo" ( Tião
Carreiro - Lourival dos Santos - Vicente Machado) e "Francisco De
Assis" ( Tião do Carro - José Caetano Erba).
O terceiro CD ("Jackson Antunes O Cantador
Matuto Canta Luiz Gonzaga") também foi produzido por Téo Azevedo e foi
distribuído em bancas de jornais e revistas pela Panela Music.
O mesmo vendeu cerca de 20.000 cópias, mesmo
tendo sido distribuído em apenas quatro Estados e sem ter sido tocado no rádio
nem na TV.
Jackson gravou também dois CDs declamados:
"Nosso Coração Caipira" (pela Atração Fonográfica, juntamente com
Chico Lobo), e "Viver Em Paz" (pela COMEP - Edições Paulinas).
Em 2002, Jackson Antunes participou do show de
Pena Branca e Chico Lobo, no teatro da UFF, comemorando os 25 anos da Kuarup
Discos, a qual lançou também nesse mesmo ano o CD "Veredas do Grande
Sertão", que é uma coletânea de músicas de seus CDs anteriores. Jackson
lançou também no mesmo ano pela Kuarup o CD "Pé de Serra", também
produzido por Téo Azevedo.
Ainda no mesmo ano de 2002, Jackson Antunes
lançou pela Kuarup Discos o CD "Pé de Serra", produzido por Téo
Azevedo, com gostoso "Sabor Nordestino", com a utilização de
instrumentos músicais típicos do forró, tais como a Sanfona, o Triângulo e a
Zabumba. Destaque para "Ana Maria" (Janduhy Finizola), "Canção
da Saudade" (Accioly Neto), "O Cio do Grão" (Eliezer Setton),
"Eu Me Lembro" (Dominguinhos - Anastácia), Meu Cenário (Petrúcio
Amorim) e "Vai Devagar Conceição" (Bráulio de Castro), dentre outras,
predominando os ritmos do Xote e do Baião.
Em 2003, Jackson homenageou o inesquecível ator e
produtor Mazzaropi em seu CD
"Quanta Saudade Dá", pela Sony Music. E em 2004, lançou pela Atração
Fonográfica o seu mais recente CD, intitulado "Canções Para A Cabocla Que
Amei". Curioso que nesse CD, além do repertório bem brasileiro, como é o
caso de "Jardim da Fantasia" (Paulinho Pedra Azul), Jackson também
revive alguns sucessos do tempo da Jovem Guarda, incluindo algumas versões,
como é o caso de "Domingo Feliz" (Beautiful Sunday) (D. Boone - R.
McQueen).
Além dos CD's mencionados, Jackson Antunes também
participa do CD "Nóis E A Viola" das Irmãs Galvão, nas célebres
declamações das músicas "Cabocla Tereza" ( Raul Torres - João
Pacífico) e "Chico Mineiro" ( Tonico - Francisco Ribeiro).
Jackson Antunes também tem participado todos os
anos da tradicional Folia de Reis de Alto Belo, no Norte Mineiro, festa essa
promovida pelo seu conterrâneo Téo Azevedo.
Mesmo sendo mais conhecido como ator do que como cantador
Jackson Antunes leva a sério o seu investimento no campo da Música, o qual não
considera como algo meramente passageiro.
João Araújo e Viola
Urbana:
A Viola Caipira é também riquíssima
em participações nos mais diversos estilos da nossa Boa Música Brasileira e,
mesmo quem não gosta do estilo, eu, particularmente, recomendo que procure
conhecer melhor esse maravilhoso Instrumento Musical que interpreta também com
maestria a Música Erudita, a Seresta e também já esteve presente até mesmo na
"Era de Ouro dos Festivais" da MPB (basta lembrar o sucesso de
"Disparada" (Geraldo Vandré - Théo de Barros))!
E, foi com satisfação que, há
alguns meses atrás, recebi alguns e-mails de João Araújo, que mora na Capital
Mineira e desenvolve um Projeto Musical muito interessante que mostra a Viola
não só na nossa genuína Música Caipira Raiz e no nosso Riquíssimo Folclore,
como também em diversos estilos de nossa Boa Música Brasileira. Faço questão de
reproduzir aqui na íntegra o texto escrito pelo próprio João Araújo, com sua
trajetória musical e com a história do excelente grupo musical mineiro que é o
"Viola Urbana":
" João Araújo é Cantor,
Compositor, Instrumentista, Produtor e Cronista. Natural de Contagem, Minas
Gerais, começou a aprender a tocar Violão aos 12 anos de idade, nos idos de
1979, por causa da insistência de Zé Antônio (que hoje faz parte do Grupo Viola
Urbana).
Em 1996 e 1997 dirigiu dois
laboratórios musicais no Colégio Anchieta, em Belo Horizonte-MG ,
ambos voltados à iniciação musical de jovens: O Grupo Vocal e o Curso de
Monitoramento à Distância de Violão Popular.
Em 1998 coordena o Grupo Muleke, só
de adolescentes, que começam do zero e formam uma banda de samba que chegou a
se apresentar pra 5.000 pessoas, no carnaval do ano seguinte.
Em 1999, participa ainda como
arranjador, instrumentista e segundo vocalista do grupo de Márcio Guima,
sobrinho de Clara Nunes, no show "Salve Clara, Salve ela", em homenagem
aos 15 anos de falecimento da grande cantora mineira.
Começou a tocar profissionalmente
com mais freqüência a partir desse ano, 1999, em função da gravação de seu
primeiro CD (Festival), que é uma amostra das suas composições bem do seu
jeito: completamente irriquieto, sem gostar de ficar se repetindo num mesmo
estilo, e atuando em várias frentes ao mesmo tempo.
Em 2003 coloca no ar seu Site
Pessoal, e começa a narrar as histórias reais que passou como músico da noite,
em forma de crônicas.
Em 2004 começa o projeto Viola
Urbana, formando o grupo com Zé Antônio, Marisa Minas e Ronan Peres pra
comemorar 25 anos de aprendizado, admiração e respeito à música de seu país.
Produz o CD e o Site com a pesquisa Viola Urbana, a serem lançados em 2005, quando
também participa como colaborador do Projeto Signus do Universo Roseano, um
trabalho de resgate e registro de valores culturais junto à comunidade de
Cordisburgo-MG. Terra da Gruta de Maquiné e de Guimarães Rosa, Cordisburgo
também é terra natal de seu avô, João Pança, para quem prepara, paralelamente,
um livro-homenagem com as histórias dele que as pessoas da cidade ainda contam,
mesmo após 25 anos de falecimento!
Alguns locais onde João Araújo já
se apresentou: Shoppings de Belo Horizonte: Cidade, Minas, Jardim, Pampulha,
Norte, Villaggio (Gutierrez), Hot-Point (Cidade Nova), Buritis; Parque das
Mangabeiras (Belo Horizonte - MG), Minas Tênis Clube II (Belo Horizonte - MG);
Projeto Cultural do PREPS PUC (Belo Horizonte - MG); Restaurante Xapuri
Pampulha (Belo Horizonte - MG); Restaurante Mafunfo (Contagem - MG); SESI – Minas
e Clube da FIAT (Betim – MG); Rio de Pedras Balneário (Itabirito - MG); Hotel
Ipê Amarelo (Esmeraldas - MG); Panela de Pedra e Petras (Serra do Cipó - MG);
Petisqueira do Romeu (Macacos - MG); JP Restaurante, Armazém & Alambique
(Sabará-MG); Canto da Siriema (Jaboticatubas - MG).
Quero também deixar a palavra para
que o próprio João Araújo nos fale sobre o conjunto "Viola Urbana":
“Viola Urbana, é um trabalho de
pesquisa sobre a influência da Viola Caipira na Música Popular Brasileira”.
Patrocinado via Lei Federal de
Incentivo à Cultura, pela CEMIG e pelo Governo do Estado de Minas Gerais, o CD
e o Site tentam contar como esse mágico instrumento, antigamente conhecido
apenas como "rural", conquistou a "cidade-grande".
Fruto do reencontro do ex-aluno
João Araújo com o professor Zé Antônio, que comemoravam 25 anos de paixão pela
verdadeira Música Brasileira, somam-se as valiosas presenças de Marisa Minas e
Ronan Peres nesta homenagem à uma nova geração de Tocadores de Viola que,
embora sendo da 'Era do Celular e da Internet', têm profundo respeito e
admiração às Raízes da nossa Cultura. O CD foi gravado no Estúdio Bemol, em Belo Horizonte -
MG, sob a direção de Geraldo Vianna, e teve ainda as participações 'pra - lá-
de- especiais' de Roberto Corrêa, Chico Lobo e Fernando Sodré.
A pesquisa, pelo site, apenas está
iniciada; via Internet, vários novos Violeiros (pessoas que amam a Viola) vão
dando suas contribuições aos assuntos retratados nos segmentos de Viola Urbana.
"
Quero aqui destacar o
excelente CD lançado por João Araújo e o conjunto "Viola Urbana",
riquíssimo não só em Boa
Música de Qualidade, como também em importantíssimas
informações, já que o encarte do mesmo é também um Livro que mostra ao Apreciador
diversos aspectos da proposta do grupo.
A seleção do repertório é primorosa
e mostra ao Apreciador um pouquinho da importância da Viola na nossa Boa Música
Brasileira, não só na Música Caipira Raiz (como acontece na 1ª faixa -
"Viola Simples", que é um pot-pourri de "Cuitelinho"
(Recolhido do Folclore por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó) e "Êta
Nóis" (Luli - Lucina), como também a "Viola de Domingo", na 4ª
faixa, que nos mostra "Vide Vida Marvada" (Rolando Boldrin) (que nos
faz recordar o inesquecível "Som Brasil" nas manhãs de Domingo na
Globo, apresentado por Rolando Boldrin, além da 8ª faixa que é "A Estrada
e o Violeiro" (Sidney Muller) que nos faz lembrar a inesquecível
interpretação de Nara Leão em nossa Boa Música Brasileira e da 10ª faixa que é
a inesquecível "Disparada" (Geraldo Vandré e Théo de Barros) que nos
transporta à "Era de Ouro dos Festiveis", além da 9ª faixa que nos
mostra que a Viola também tem "acesso às Salas de Concerto",
apresentando a célebre Tocatta que encerra as Bachianas Brasileiras Nº 2 de
Heitor Villa-Lobos "O Trenzinho do Caipira" (com o poema de Ferreira
Gular).
Levi Ramiro:
Esse excelente Violeiro e
Compositor nasceu em Uru-SP, na região de Bauru-SP. Além de dedilhar com
maestria o tradicional instrumento musical caipira raiz, Levi Ramiro também é
Luthier: fabrica Violas, Violões, Rabecas e diversos instrumentos musicais por
ele inventados, utilizando técnicas e materiais inovadores.
Levi Ramiro é também amante da
Cultura Regional Brasileira, das coisas de Nossa Terra e Nossa Gente, das
prosas, das Rodas de Viola, da Boa Música Brasileira, das pescarias, da
culinária, da natureza e também da nossa riquíssima e maravilhosa Cultura
Caipira.
Seu primeiro instrumento, o Violão,
Levi herdou do pai. Herdou também a habilidade com as ferramentas e, com elas,
a aptidão na arte da confecção de instrumentos musicais de cordas: Violas
Caipiras, Violões e Rabecas. E da mãe, Levi herdou o gosto pela Poesia e pela
Boa Música.
A partir de 1995, Levi descobriu na
Viola Caipira a fonte de inspiração que enriquece a sua produção artística,
tanto no toque como também na fabricação do tradicional instrumento musical.
Retornou por esse motivo à sua região, residindo atualmente numa tranqüila casa
próxima a Pirajuí-SP, onde também montou o seu ateliê.
Levi emprega madeiras obtidas de
batentes de janelas velhas, visto que, de acordo com suas próprias palavras
"...o tal batente, além de ser duro e forte, já entortou e empenou o que
tinha que empenar..."
Tudo o que Levi acha que seja de
"Madeira de Lei" vira fonte de matéria-prima para a fabricação das
Violas. Levi não usa ferramentas sofisticadas; apenas uma furadeira elétrica e
formões, para "esculpir" suas Violas de 10 cordas, e também a Viola
de Arco - conhecida como "Rabeca", que é freqüentemente confundida
com o Violino.
Levi Ramiro constrói Violas,
Rabecas e outros diversos instrumentos musicais que ele mesmo inventa,
utilizando como matéria-prima materiais muitas vezes inusitados, como por
exemplo, a Cabaça (Porunga - Caixa de Ressonância natural plantada e colhida em
fundo de quintal); Levi também recicla madeiras oriundas de demolições (como
Cedro e Pinho, por exemplo) e emprega até mesmo folhas de fórmica para
confeccionar o corpo das violas.
Levi gravou em 1997 o CD Maracanãs,
produzido por ele mesmo e pelo parceiro José Esmerindo.
CD esse que foi lançado em diversas
cidades do Estado de São Paulo e em programas de TV como o excelente
"Viola Minha Viola" (apresentado pela "Madrinha" Inezita
Barroso e que vai ao ar pela TV Cultura de São Paulo-SP) e também pelo programa
Terra da Gente (Globo - Campinas).
Para o lançamento desse CD, Levi
contou com o já mencionado Violonista José Esmerindo e também com o
Percussionista Magrão, além de ter criado o Trio Maracanãs.
No ano de 1999, o tema instrumental
"Folia Dos Duarte", do CD "Maracanãs", foi incluído no CD
"Folias do Brasil", coletânea de Folias De Reis lançada quando das
comemorações dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil, com a produção do músico
e cantador Dércio Marques.
Em 2001, Levi participou do CD
"Eu Plural", com a música "O Vaqueiro e o Violeiro",
classificada no Festival da Música Brasileira de 2000. E em 2002, participou
também do CD da cantora Ana Person na faixa "Brasis!".
E, a convite de Francisco Domingos,
da Devil Discos, de São Paulo-SP, Levi Ramiro gravou seu CD intitulado
"Viola de Todos os Cantos" no qual divide o trabalho com o excelente
Grupo mineiro "Vento Viola", formado por Clayton Roma, Aidê de Jesus,
Lúcio Lorena e César Dameire (foto à esquerda).
Levi Ramiro continua morando em
Pirajuí-SP, próximo à sua Uru natal e prossegue fabricando seus instrumentos
musicais e compondo suas Modas, celebrando a simplicidade e a poesia da vida do
Interior Musical de Nossa Terra e Nossa Gente.
Quero aqui passar a palavra para o
"Cumpadre" Luiz Viola de Bauru-SP, para falar um pouquinho sobre esse
excelente Violeiro e Luthier, pois ele conhece a fundo o trabalho de Levi
Ramiro:
“Estive com o Levi, lá em seu
rancho em Estiva (Pirajuí-SP), onde é sua oficina”.
Fui recebido por ele com uma Viola
na mão (tem quem receba a gente com cachorro ou com uma arma) - para você
perceber quem é o Levi!
A viola que era sua 'arma' era
justamente esta da foto: uma enorme porunga (cabaça, conhece?) cortada ao meio
e que se transformou em caixa – de - ressonância (caixa-acústica). Como a
porunga é um produto natural, ela toma formas estranhas, que têm que ser
trabalhadas: repare como ele acrescentou um apoio em forma de vírgula para a
coxa do tocador, para compensar a deformidade da caixa. Essa viola tem até uma
divertida rolha (não vamos esquecer que seu corpo é uma porunga!). Comentei que
daria para enchê-la de cachaça até à borda...
Extravagâncias à parte, mesmo
considerando que esta viola tem uma sonoridade espantosa! (...) Levi constrói
essas violas à mão e as afina com cuidado e precisão artesanal. O material que
se utiliza é marfim, jacarandá, imbuia (do jacarandá vem madeira boa para o
braço) (...) as Violas vêm com reforço adicional, não empenam, não entortam nem
desafinam.
“E têm um timbre particular, não
conseguido nas fabricadas em série; não são envernizadas, são enceradas”.
E num outro encontro, o
"Compadre" Luiz Viola também comenta:
“Admitindo”-se que a designação
correta ao tocador de Viola Caipira é 'Violista' (como Violonista, Pianista,
Trompetista, Baterista, Violinista, Pandeirista, Acordeonista (Sanfoneiro?),
Organista, Harpista), recebi, neste final de semana, uma agradável surpresa: a
visita de um autêntico Violeiro, aqui mesmo em minha casa.
Isso mesmo: o grande Levi Ramiro
esteve comigo. Ele, que além de Violista, Rabequista e renomado Compositor,
também é Violeiro e Rabequeiro.
Dizem que construtor de
instrumentos musicais é 'Luthier'. Na minha opinião, isto é frescura, é
Violeiro, Rabequeiro, Sanfoneiro, mesmo. Assim, como ferreiro, armeiro,
pedreiro, padeiro, costureiro, tropeiro. O Violista aqui explica: Levi Ramiro
constrói violas e rabecas de qualidade.
A viola que serve de logotipo para
o sítio O Violeiro é uma autêntica “Levi Ramiro”. Assinada por ele tem o corpo
de marfim, o tampo de imbuia e o braço é de jacarandá.
Foi construída para ser tocada na
afinação 'Cebolão', especialmente para o compadre aqui, isto é, eu mesmo! Coisa
fina. Levi tocou esta minha viola e sentiu saudade dela. Trata sua criação como
se fosse filha...
Isto é bom, ele dá toda uma atenção
pós-venda aos seus clientes, coisa de artista! Gosta de saber como estão sendo
tratadas suas 'filhas'.
Conversamos sobre tudo o que tem a
ver com viola e coisa de caipira. Ele me contou de suas viagens, e eu quis
saber como acha tempo para tocar e compor e construir violas e rabecas...
Luiz Viola é pesquisador de nossa
riquíssima Cultura-Raiz, além de escritor e tocador de Viola Caipira. Mantém
dois excelentes sites que são o Blog O Violeiro e o Sítio O Violeiro, ambos
"assuntando a Viola" e dedicados a essa nossa Cultura Bem
Brasileira!!
Contato com Levi Ramiro:
(14) 3572-3334
(14) 9702-1781
E-mails:
violasertaneja@uol.com.br
leviramiro@hotmail.com
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