Jacó e Jacózinho
Nascidos em
Assis-SP, filhos de Gabriel Jacob (1902 - 1979) (grande Catireiro paranaense conhecido como Jacó da Viola) e de Dona Maria Joana
de Jesus (1911 - 1982).
Jacó e Jacózinho,
de acordo com diversos biógrafos, teriam formado a dupla a partir do Trio Flor
da Mata, formado por três filhos do casal.
No entanto,
as diversas biografias que existem tanto nos livros como também na Internet,
sobre a excelente Dupla que foi Jacó e Jacózinho, são em sua maioria
contraditórias e, de forma muito estranha, contendo muitas mentiras e muitas
"fantasias" que não aconteceram com a Dupla.
Quero aqui
agradecer ao Pedro Rafael Jacob que, juntamente com seu pai Pedro Jacob, formou
a Dupla "Jacó e Jacozito" (ver logo abaixo), e que forneceu
informações adicionais que ajudaram bastante na elaboração desse resumo
biográfico.
O Trio Flor
da Mata, portanto, nunca existiu, de acordo com a informação de Pedro Rafael
Jacob, o Jacozito.
Alguns
biógrafos também costumam mencionar Caviúva - PR como sendo a cidade-natal da
dupla, no entanto, a informação de que a família é natural de Assis-SP, foi
fornecida pelo próprio Pedro Rafael Jacob, o Jacozito, que integrou a Dupla
"Jacó e Jacozito", com seu pai, conforme mencionado mais
adiante.
Gabriel Jacob
e Maria Joana tiveram um total de 9 filhos, os quais tomaram diferentes rumos;
foram eles: José Jacob (1932 - 1972), João Jacob (1934 - 1981), Antonio Jacob
(1938 - 1981), Benedito Jacob (1942 - 1965), Sebastião Jacob (1943 - 1981),
Amado Jacob (06/04/1944 - 06/2001), Aparecida Jacob (1946), Pedro Jacob
(04/10/1948 - 19/03/2009) e Inês (1950).
A dupla que
se iniciou com o nome "Jacó e Jacózinho" era formada por
Benedito Jacob e Amado Jacob, que gravaram os dois primeiros discos 78 RPM. Já
no primeiro LP, gravado em 1964,
a dupla passou a ser formada por Antonio Jacob e Amado
Jacob que permaneceram até 1980, quando do falecimento de Antônio.
Outras
referências bibliográficas apontam Pedro Jacob e Amado Jacob como sendo os
integrantes originais da dupla, no entanto, Pedro, que era o oitavo filho do
casal, costumava substituir um ou outro em shows e no rádio quando acontecia
algum imprevisto.
Portanto, de
um modo geral, Antônio e Amado foram os irmãos titulares que integraram a dupla
até o início da década de 1980. Jacó e Jacózinho estrearam então nas gravações
em 1962 quando gravou pelo Selo Sertanejo o disco 78 RPM CH-10317, tendo no
Lado A o arrasta-pé "Papai Me Disse" (Jacó - Jacózinho) e, no Lado B,
à Moda de Viola "Castigo de Fazendeiro" (Sulino - Roque José de
Almeida).
Com a mesma
formação (Benedito Jacob e Amado Jacob), a dupla gravou em 1964 o segundo
disco, o 78 RPM CH-10422, também pelo Selo Sertanejo, tendo no Lado A, a Moda
de Viola "Nora Perversa" (Sulino - Moacyr dos Santos) e, no Lado B, o
Rasqueado "Saudade Também Tem Hora" (Sulino - Moacyr dos
Santos).
Em 1964, a dupla, já formada
por Antônio Jacob e Amado Jacob, gravou o primeiro LP. E, com essa formação, a
dupla continuou gravando ininterruptamente até 1980, sempre na Continental
(hoje Warner), gravadora na qual foi a dupla que mais vendeu discos na década
de 1970, ao lado de Tião Carreiro e Pardinha.
De acordo com
Pedro Rafael Jacob, o Jacozito, a dupla "Jacó e Jacózinho" gravaram
mais de 40 discos, tendo sido 28 de "Jacó e Jacózinho", 2 de
"Amado e Antônio", além de 7 CDs da Dupla mais recente "Jacó e
Jacozito".
A dupla, em
sua formação original, fez bastante sucesso principalmente na década de 1960,
notabilizando-se com uma vocalização não tradicional, com dissonância e
mudanças de tonalidade.
E, na mesma
época, a dupla atuava na Rádio Nacional de São Paulo, onde eram cartazes num
programa que ia ao ar todas as Sextas-Feiras às 20h00min.
Gravaram
músicas de diversos compositores, dentre os quais Lourival dos
Santos, Moacyr dos Santos, Sulino, Carreirinho, e também músicas de
autoria deles próprios. Calcula-se que aproximadamente 3/4 do repertório da
dupla era formado por composições de Lourival dos Santos e Moacyr
dos Santos.
Um fato
curioso aconteceu em 1974 quando Jacó e Jacózinho resolveram gravar a música
humorística "Pepino" (Jacó - Jacózinho)("Eu não quero mais
pepino / nem do grosso nem do fino..."). Como não queriam
"contundi-la com o tradicional repertório Caipira Raiz",
eles "criaram outra dupla", apenas para cantar as músicas
engraçadas: a dupla "Amado e Antônio", integrada pelos
mesmíssimos Jacó e Jacózinho, que usaram os próprios nomes de batismo, dupla
essa que chegou a gravar dois Lps.
Lamentavelmente,
existem até hoje algumas pessoas que se aproveitam do nome da dupla "Amado
e Antonio", fazendo shows e enganado os fãs.
Há muita
confusão em relação a essa dupla, que na verdade não existe mais.
Tendo gravado
mais de duzentas músicas, a dupla "Jacó e Jacózinho" foi também a que
mais influenciou a dupla "Chitãozinho e Xororó", cujos integrantes
eram seus fãs e ouviam seus sucessos no rádio da serraria em Astorga - PR, onde
viveram a infância.
Em 1980, o
Antonio Jacob gravou um disco com o Pedro Jacob, que ocupou o lugar do Jacózinho,
já que Amado se encontrava gripado e não podia fazer o Disco.
Em 1981,
Antonio Jacob (o Jacó da formação principal da dupla) faleceu vítima de
problemas cardíacos.
É errada a
informação de que Antônio teria falecido vítima de traumatismo craniano, após
uma queda na qual bateu a cabeça, como tem sido informado erroneamente em
algumas biografias.
Diversas
emissoras de Rádio e TV divulgaram diversos boatos infundados, sobre Jacó e Jacózinho,
informando inclusive que um dos irmãos teria sido culpado pelo falecimento de
Antonio Jacob.
A família
inclusive se viu obrigada a mover alguns processos judiciais contra essas
emissoras.
Também de
acordo com informações de Pedro Rafael Jacob, o Jacozito, entre 1977 e 1982,
faleceram cinco irmãos, além dos respectivos pais, Gabriel e Maria Joana,
período no qual a dupla praticamente não teve atividade.
E em 1982, o
Amado Jacob gravou um último disco com o Pedro Jacob para cumprir o contrato na
gravadora onde se destaca a música “Sete Irmãos” um pequeno resumo da vida da
dupla e sua família.
Dessa vez foi
Pedro Jacob que ocupou na dupla o lugar do Jacó, já que Amado Jacob era o Jacózinho.
Esse disco,
de acordo com Pedro Rafael Jacob, foi uma tentativa de volta da dupla aos
palcos; no entanto a saúde de Amado não permitiu que ele continuasse a carreira
artística e a dupla praticamente "se calou", fazendo apenas alguns
shows em locais perto de casa onde residiam.
E Amado
Jacob, o Jacózinho, também gravou 2 CDs, nos quais manteve o nome da
dupla "Jacó e Jacózinho".
Ainda de
acordo com Pedro Rafael Jacob, o Jacozito, Amado Jacob "gravou 2
discos sozinho, colocando as duas vozes, somente para matar a saudade dos
estúdios e poder registrar suas ultimas composições, pois ele sofria de Doença
de Chagas, causa essa que o levou a um infarto quando ele veio a falecer. Ele
nunca teve diabetes; ninguém da família do meu pai tem essa doença (... Foi
essa mesma doença que levou Amado Jacob (Jacózinho) a deixar a vida artística
em 1972: com sua saúde frágil ele decidiu cuidar somente da parte de repertório
e composição; ele ainda saiu nas capas dos discos até 1979, porque o contrato
com a gravadora Continental exigia.
Assim meu
pai, Pedro Jacob, passou a se chamar Jacózinho, inclusive distribuindo sua
renda em shows com meu tio Amado. Dai a 'inverdade' de dizer que 'eles não
se davam'... Isso é mentira, nunca existiu esse atrito entre eles...
E apareceu um
novo talento: Pedro Rafael Jacob que, quando contava 17 anos começou a cantar
com seu pai, o Pedro Jacob. Pouco tempo depois, nascia, na década de 1990, a nova Dupla “Jacó e
Jacozito", já mencionada nesse resumo biográfico. Pai e filho seguiram em
frente, valorizando a Música Caipira Raiz, fazendo sucesso em sua nova
carreira, levando seu repertório a todos os cantos do Brasil em shows que
também reviveram antigos sucessos da dupla Jacó e Jacózinho.
Conforme já
mencionei acima, a dupla "Jacó e Jacózinho" retornou à cena no ano de
1995, quando Pedro Jacob formou a dupla com seu filho, dupla essa que passou a
se chamar "Jacó e Jacozito". O primeiro CD foi lançado em 1996,
intitulado "Grandes Sucessos da Família Jacó". Veio depois o segundo
que é o "Pai e Filho". Seguiram mais 5 CDs, que totalizam 7 CDs da
dupla "Jacó e Jacozito": "Contos e Músicas de Milagres",
"Acústico Jacó e Jacozito para Jacó e Jacózinho", "Bailão do
Jacó e Jacozito", "Mete a Botina" e o mais recente que é o disco
da "Tropeada do Globo Rural" chamado "Modas de Mulas
Famosas". Esse CD inclusive também homenageia Pedro Jacob que era
"muladeiro" por "hobby".
A Dupla
"Jacó e Jacozito" se mantiveram "na estrada" por 13 anos
fazendo shows e trabalhando, provando que "enquanto houver um Jacó,
nossa tradição nunca vai morrer", de acordo com as palavras de Pedro
Rafael Jacó, o Jacozito.
O irmão de
Jacozito, por outro lado, tem o nome do avô, Gabriel Jacob e, em 2007, ele foi
considerado como o Melhor Produtor de Disco Sertanejo do ano, tendo gravado CDs
de todos os maiores nomes da chamada Música Sertaneja Moderna (entre eles Zezé
di Camargo e Luciano, Leonardo, César e Paulinho, Di Paulo e Paulino, Pedro e
Thiago, Rio Negro e Solimões, etc.).
E, há três
anos Gabriel Jacob vem atuando como Contra - Baixista da "Banda
Domingão" no programa "Domingão do Faustão".
Pai e Filho
mantiveram as tradições e carregaram a Música Sertaneja Raiz como profissão,
Herança deixada pelo avô Gabriel Jacob e retransmitida por Pedro Jacob e Pedro
Rafael Jacob, respectivamente, "Jacó e Jacozito"!
Pedro Jacob,
no entanto, quando contava 60 anos de idade, vinha sofrendo com problemas
cardíacos e amanheceu morto, na manhã de 19/03/2009, em sua residência em Osasco-SP. Seu
corpo foi sepultado no Cemitério Belo Vista, em Osasco-SP, deixando um enorme
vazio na História da Música Caipira Raiz.
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