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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Teixeirinha

Teixeirinha
Vitor Mateus Teixeira nasceu em 03/03/1927 no distrito de Mascaradas, em Rolante-RS e faleceu em Porto Alegre-RS em 04/12/1985. 
Filho de Saturno Teixeira e de Ledurina Mateus Teixeira, Vitor Mateus teve também um irmão e duas irmãs.
Seu pai era carreteiro e faleceu quando o menino tinha apenas 6 anos de idade; sua mãe, por outro lado, "morreu queimada no fogo" quando Teixeirinha tinha apenas 9 anos de idade.
Conforme será visto adiante, a trágica morte de sua mãe inspirou o maior sucesso de toda sua carreira de Cantor e Compositor que foi sem dúvida o "Coração de Luto". 
Na década de 1920, Ledurina vivia com seu esposo Saturno Teixeira em Rolante (na época, distrito de Santo Antônio da Patrulha), tendo mais tarde a família se transferido para a região de Taquara.
Com o falecimento de Saturno, Ledurina e os filhos ficaram em péssima situação, já que a família de Saturno expulsou-os do rancho onde viviam.
E, por falta total de condições, Ledurina se viu obrigada a dar os dois filhos mais velhos para serem criados por outras famílias, tendo ficado somente com Teixeirinha e morando de favor em terras alheias.



Dona Ledurina sofria de freqüentes e violentos ataques epiléticos e, num triste dia, enquanto queimava folhas secas no quintal, ela desfaleceu e caiu sobre a fogueira.
Contava com apenas 28 anos de idade e agonizou dolorosamente por três dias antes de morrer. 
Órfão de pai e mãe passou a residir com seus parentes que, por outro lado, não tinham condições de sustentá-lo; Teixeirinha então se viu obrigado a sair pelo mundo fazendo “um pouquinho de tudo; trabalhou em granjas próximo à sua Rolante natal, tendo se mudado logo depois para Porto Alegre - RS”. 
Na Capital Gaúcha, Vitor Mateus foi carregador de malas nas portas das pensões, vendeu doce e também verduras como ambulante; foi também entregador de viandas e vendedor de jornais, além de ter também trabalhado no porto; enfim, qualquer atividade para poder sobreviver... 
Dormiu diversas vezes ao relento, sob o viaduto da Avenida Borges de Medeiros.
E foi também em Porto Alegre-RS que Teixeirinha aprendeu sozinho e de ouvido o toque do Violão. 
Com 16 anos, Teixeirinha se "auto-registrou" como Cidadão Brasileiro; e, aos 18, alistou-se no Exército, aonde não chegou a servir; na ocasião foi trabalhar no Departamento de Estradas de Rodagem, como operador de máquinas, trabalho que exerceu durante 6 anos. 
E, do Departamento de Estradas de Rodagem, Teixeirinha resolveu "botar o pé na estrada": saiu e começou a tentar a carreira artística cantando em rádios de cidades do Interior Gaúcho, tais como: Lajeado, Estrela, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul. 
E foi em Santa Cruz do Sul-RS que Teixeirinha conheceu Zoraida Lima Teixeira, com quem se casou em 1957.
E foram morar em Soledade - RS e, logo depois, em Passo Fundo-RS, onde adquiriram um stand de “Tiro ao Alvo”.
E, à noite, Teixeirinha se apresentava na Rádio Municipal de Passo Fundo - RS.
Zoraida foi mãe de 6 de seus 9 filhos. 
E, em 1961, durante um show na cidade de Bagé-RS, Teixeirinha conheceu Mary Terezinha, uma adolescente beirando seus 14 anos que tocava todas as suas músicas no Acordeom.
Teve início então uma parceria que "extrapolou os palcos"... Nascida em Bagé-RS em 1948, Mary Terezinha, acompanhou Teixeirinha durante 22 anos com o Acordeom em shows, no rádio e também no cinema. 
E Teixeirinha teve um total de 9 filhos: Sirley Marisa, Líria Luisa, Victor Filho, Margareth, Elizabeth, Fátima Lisete, Márcia Bernadeth, Alexandre e Liane Ledurina (os dois últimos, filhos de Teixeirinha com Mary Terezinha). 
Em 1959, Teixeirinha pegou o trem e viajou na segunda classe rumo à Paulicéia Desvairada, onde recebeu o convite para gravar o seu primeiro 78RPM, com as músicas “Xote Soledade” e “Briga no Batizado”, ambas de autoria de Teixeirinha.
Apesar do disco não ter alcançado de imediato o sucesso, Teixeirinha ainda gravou mais dois discos no mesmo ano. 
E, no ano seguinte, em 1960, em seu quarto disco, Teixeirinha gravou o xote "Gaúcho de Passo Fundo" e, no Lado-B, o grande sucesso que foi a toada - milonga "Coração de Luto", ambas de sua autoria.
Rebatizada ironicamente por alguns "críticos" (dando a entender que o cantor estava usando a memória da mãe para fazer dinheiro) como "Churrasquinho de Mãe", o célebre "Coração de Luto", composto quase ao acaso, com a história verídica, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, tendo sido gravada em 21 idiomas! 
Conforme mencionado, "Coração de Luto" estava no Lado-B do disco e a toada - milonga foi lançada sem nenhuma pretensão, no entanto o sucesso começou a acontecer espontaneamente 6 meses depois do seu lançamento.
Inicialmente em Sorocaba-SP e, pouco tempo depois, já começava a fazer sucesso na região e em diversas outras cidades do Interior Paulista.
Foi então que a Chantecher trouxe Teixeirinha para São Paulo-SP a fim de trabalhar o disco, inicialmente com um show em Sorocaba-SP e, logo depois, em diversas outras cidades do Estado de São Paulo até o Triângulo Mineiro. 
Acontecimento inédito em toda História da nossa Boa Música Brasileira até então, "Coração de Luto" vendeu mais de um milhão de cópias só no ano de 1961. O disco chegou inclusive a ser vendido no "câmbio negro" em Belém-PA, onde se fazia fila para comprá-lo; e a gravadora, sem condições de atender aos pedidos, se via obrigada a "distribuir cotas" para cada loja. 
E, em Passo Fundo-RS, Teixeirinha vendeu então o stand de “Tiro ao Alvo” e se mudou para Porto Alegre - RS. Foi também convidado pela Chantecher para residir na Paulicéia Desvairada, no entanto, o ilustre filho de Dona Ledurina preferiu permanecer na Capital Gaúcha, onde havia adquirido sua casa própria no bairro da Glória, com a renda da excursão a São Paulo e da venda do disco com o sucesso do "Coração de Luto"! 
Calcula-se que, desde 1960 até os dias atuais, "Coração de Luto" tenha vendido algo em torno de 25 milhões de cópias, número astronômico, principalmente quando se trata de uma única Música e não de todo o repertório do intérprete! 
Tendo comprado também uma Kombi, para viajar por todo o Brasil.
Teixeirinha assumiu a carreira artística, passando a trabalhar em circos, parques, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos, mantendo sua residência fixa em Porto Alegre - RS. 
Graças ao sucesso e à sinceridade da letra do "Coração de Luto", Teixeirinha viajou por todo o Brasil, já conhecido como o “Gaúcho Coração do Rio Grande”.
Em 1963, ganhou o Troféu Chico Viola, na TV Record de São Paulo-SP, no programa “Astros do Disco”, por ter sido o cantor campeão de vendagem por dois anos consecutivos: 1962 e 1963. Em Portugal, Teixeirinha ganhou também o troféu “Elefante de Ouro” como maior vendagem de discos naquele país. Pessoalmente eu pude observar que o "Coração de Luto" é uma música muito querida pelos Portugueses inclusive na Ilha da Madeira, além de que se podem adquirir com facilidade os CDs de Teixeirinha nas lojas de Portugal.
E seus discos também são editados nas Colônias Portuguesas do mundo inteiro. 
Teixeirinha também fez bastante sucesso no cinema, a partir de 1964, com o filme “Coração de Luto”, um Record de bilheteria produzido pela Leopoldis Som e dirigido por Eduardo Llorente em 1966.
Visando mostrar ao grande público que "Coração de Luto" era um caso verídico, foi que Teixeirinha escreveu a história com pouquíssimas alterações; e Ledurina, a mãe de Teixeirinha, foi interpretada pela atriz Amélia Bittencourt. 
E a carreira de Teixeirinha no cinema não parou por aí: "os fãs pediram mais" e, em 1969, junto com o finado comediante Valter D’Avila, participou do filme “Motorista Sem Limites”, (de Milton Barragan) produzido por Itacir Rossi.
E, no ano de 1970, Teixeirinha criou sua própria produtora, a “Teixeirinha Produções Artísticas Ltda.", e escreveu, produziu e distribuiu mais 10 filmes: “Ela Tornou-Se Freira” (de Pereira Dias) (1972), “Teixeirinha 7 Provas” (de Milton Barragan) (1973), “Pobre João” (de Pedro Dias) (1974), “A Quadrilha Do Perna Dura” (1975), “Carmem, A Cigana (1976), “O Gaúcho De Passo Fundo” (1978) , “Meu Pobre Coração De Luto” (1978), "Na Trilha Da Justiça" (1978), “Tropeiro Velho” (1980) e “A Filha De Iemanjá” (1981), filme esse acabou por levar a "Teixeirinha Produções Artísticas" à falência.
Seus filmes contaram com participações ilustres, tais como Edith Veiga, Darci Fagundes, Ricardo Hoeper, Dimas Costas, Vânia Elizabeth, Suely Silva e Jimmy Pipiolo, dentre muitos outros nomes. 
Durante 20 anos, Teixeirinha Utilizou o rádio como instrumento fundamental para a divulgação do seu trabalho.
Na Rádio Farroupilha de Porto Alegre-RS, comandou os programas “Teixeirinha Amanhece Cantando” (pela manhã, antes dos trabalhadores saírem de casa) e “Teixeirinha Comanda O Espetáculo” (à noite, depois que os trabalhadores retornavam), além de “Teixeirinha Canta Para o Brasil” (aos Domingos, pela manhã). 
Sua brilhante trajetória artística lhe conferiu 9 Discos de Ouro, além do título de Cidadão Emérito de diversos municípios gaúchos tais como: Passo Fundo, Santo Antônio da Patrulha e Rolante.
Realizou também 15 apresentações nos Estados Unidos em 1973 e 18 apresentações no Canadá em 1975.
Isso tudo sem mencionar os diversos shows que fez na maioria dos países da América do Sul e também na Europa. 
Teixeirinha também gravou 49 LPs inéditos, incluindo mais de 70 LPs com regravações, tendo gravado mais de 700 músicas de sua autoria, além de um acervo superior a 1200 composições de sua autoria. 
Em suas composições musicais, Teixeirinha manteve vivos ritmos como o Vanerão, a Rancheira, a Polca e o Xote, além de ter tido pioneirismo cultivando e popularizando as Formas Musicais Gaúchas.
Suas obras musicais retratavam a vida no seu dia-a-dia, sem enfeites, numa linguagem cotidiana. 
De acordo com o próprio Teixeirinha, seu sucesso se devia à simplicidade com que ele escreveu suas músicas: "Eu canto para o povo e onde o povo for eu vou". 
Em 1978, Mary Terezinha começou a se afastar de Teixeirinha, de quem acabou por se separar definitivamente em 1982.
Ao que consta, tal separação abalou Teixeirinha de tal modo que ele veio a sofrer um enfarte no ano de 1984.
E, em 1989, ela escreveu "Agora Eu Falo", livro no qual relata sua atribulada relação amorosa com Teixeirinha. 
Solitário, vitimado pelo câncer, Teixeirinha deixou este mundo no dia 4 de dezembro de 1985.
Mais de 50 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre até o Cemitério da Irmandade Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre-RS, onde seu corpo se encontra sepultado na Quadra Nº 4, Túmulo Nº 4. Durante todo o tempo de seu enterro foram cantados alguns de seus maiores sucessos. 
"O maior golpe do mundo"na vida de Vitor Mateus Teixeira foi sem dúvida a trágica morte de sua mãe querida, quando ele contava com apenas 9 anos de idade.
O fato verídico virou lenda, virou canção, virou filme e emocionou milhares que se compadeceram com a tragédia do menino que se transformou mais tarde no maior fenômeno popular da Música do Rio Grande do Sul.
Mesmo com o sucesso e a consagração nacional, Teixeirinha conservou o trauma da perda de sua mãe, uma dor que o acompanhou até a morte em 1985. 
Pode dizer que a vida de Teixeirinha se resumiu na busca de uma "Mãe Ideal".
É certo que ele já era órfão de pai havia três anos, quando do destino trágico sofrido por Dona Ledurina, em 1936.
No entanto, sempre foi de sua mãe a saudade esmagadora que povoou toda sua obra.
Curiosamente, na maioria de seus 12 filmes, a personagem representada por Teixeirinha não era órfã: nas telas, sempre havia para ela uma Mãe Carinhosa. 
A saudade afetava sobremaneira a vida pessoal de Teixeirinha, que repetia sempre para os seus 9 filhos que “... só não sabe a importância de uma mãe quem não a tem...”. Considerava o Dia das Mães como o mais triste do ano.
Nos momentos de dor e de tristeza, recorria sempre à mãe morta em suas Orações, para quem pedia forças, numa fervorosa admiração que tinha por Ledurina, comparável à Devoção que ele também tinha por Nossa Senhora de Fátima.
E Teixeirinha construiu para Dona Ledurina o túmulo mais bonito do Cemitério Antigo de Taquara. 
Em 1995, por ocasião dos dez anos do seu falecimento, foi realizado em Porto Alegre-RS o Painel "Teixeirinha e a Cultura Gaúcha, Mito e Realidade", pela Discoteca Pública Natho Henn e também pela Casa de Cultura Mário Quintana, evento que contou com debates e exibição dos filmes de Teixeirinha. 
Foi construído na entrada da cidade de Passo Fundo-RS um monumento à sua figura.  
E, em Dezembro de 1999, a Rede de Televisão Gaúcha RBS lhe outorgou, a partir do voto popular, o mérito de ser um dos "Vinte Gaúchos que Marcaram o Século XX". Sem dúvida, Teixeirinha é um dos nomes mais ilustres do Rio Grande do Sul! 
Funciona atualmente em Porto Alegre-RS, á Fundação Teixeirinha, mantida pela família do célebre cantor e compositor.

Almir Sater

14/11/1956 Campo Grande, MS 
Em sua cidade natal organizou um grupo de pesquisa da música caipira e sul-americana. O grupo tocava charanga, viola e bandolim. Em seguida criou com um amigo a dupla Lupe e Lampião, adotando então o nome artístico de Lupe. Em 1978, a dupla classificou-se em quarto lugar no Festival Sertanejo na TV Record. Em 1979, foi para São Paulo, onde integrou o grupo Lírio Selvagem, de sua conterrânea Tetê Espíndola. Participou depois do grupo "Vozes e Violas", com o qual fez apresentações em teatros paulistas, mostrando suas composições. Acompanhou a cantora Diana Pequeno, no mesmo período. Em 1976, conheceu de forma inusitada o violeiro Tião Carreiro: Encontrou-o durante um show, mas estava tão bêbado que não conseguiu conversar com Tião Carreiro, pedindo apenas que esse lhe afinasse a viola. Em 1980, teve sua primeira composição gravada, "Sonhos guaranis", por Sérgio Reis. Gravou o primeiro disco em 1981, pela Continental. Começou a chamar atenção nacionalmente, quando teve sua composição "Luzero" escolhida para ser o tema de abertura  do programa "Globo Rural", da TV Globo. No mesmo ano, encontrou-se novamente com Tião Carreiro no corredor da gravadora Continental. Recordou então o encontro anterior e se disse fã dele. Imediatamente ficaram amigos e pedia insistentemente que Tião repetisse as músicas que tocava na viola. No mesmo dia, foram para o estúdio e gravaram a composição de sua autoria, "Quintal de casa", transformado num pagode animado, nas mãos hábeis de Tião Carreiro. Seu primeiro disco estourou na mídia. Era um jovem músico de Mato Grosso que reinventava a viola, fazendo uma mistura de diversas influências, polcas, guarânias, chamamés, música do interior mineiro e paulista, blues, além de letras inspiradas no estilo de Joan Baez e Bob Dylan. Em 1982, começou a compor com um de seus mais constantes parceiros, Renato Teixeira, co-autor de  "Peão", música de abertura do lado A de seu segundo disco, "Doma". A composição foi incluída na trilha sonora da novela "Fera Radical". Com Renato Teixeira compôs, entre outras, "Rasta do adeus", "Trem de lata", "Boiada" e "Um violeiro toca".
Em 1984, organizou a Comitiva  Esperança, que percorreu mais de mil quilômetros no território do Mato Grosso, pesquisando costumes e música do povo mato-grossense, numa viagem que durou três meses. Como resultado da viagem foi lançado, em 1985, o documentário "Comitiva Esperança", produzido em parceria com Paulo Simões e Tatu Filmes de São Paulo. No mesmo ano, lançou um disco instrumental também fruto da viagem, com composições de sua autoria, misturando diversos gêneros regionais. O cururu, o maxixe, o chamamé,  e o arrasta-pé estavam presentes, além da regravação do clássico "Rio de lágrimas", de Tião Carreiro, Lourival dos Santos e Piraci.
Em 1986, lançou o LP "Cria", em que apresentou inovações em sua música, com a introdução de guitarras, sax, teclados e baixo, criando um som mais pop. Neste disco aparecem duas parcerias com Renato Teixeira, "Missões naturais" e "Trem de lata". No mesmo ano, fez sua primeira atuação como ator, no filme "As Bellas da Billings", de Ozualdo Candeias. Também já atuou por vezes como produtor, como no CD da cantora Alzira Espindula, irmã de Tetê Espíndula, lançado em 1987, no qual, inclusive, a cantora gravou "Terra boa", de sua autoria com Paulo Simões, e "Ave marinha", com Kapenga e Renato Teixeira. Em 1989, apresentou-se no Free Jazz Festival no Rio de Janeiro. Em seguida seguiu para os Estados Unidos, onde participou do Internacional Fair Festival. Na mesma viagem, seguiu para Nashville, a capital countrymusic dos Estados Unidos, onde inaugurou um hábito que seria muito seguido posteriormente, o de gravar discos naquela cidade. Gravou o disco "Rasta bonito", onde faz a ligação entre a viola caipira e o banjo norte-americano, juntamente com gaitistas e violonistas. O resultado foi um disco eclético onde gravou a instrumental "Capim azul", "Rasta bonito", de parceria com Renato Teixeira, "Homeless Souls", parceria com Joe Loech, e que ele canta em inglês. Gravou também "Tennessee Waltz" de R. Stewart e P. W. King, e o clássico sertanejo "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira. Em 1990, recebeu o convite de Sérgio Reis para trabalhar na novela "Pantanal", na TV Manchete, onde interpretou o personagam Trindade. Gravou para a novela a clássica "Chalana", de Mário Zan e Arlindo Pinto. Suas composições "Comitiva esperança", cantada em parceria com Sérgio Reis e "Um violeiro", gravada por Renato Teixeira, também foram incluídas. Com a interpretação de "Chalana" recebe a admiração da crítica pelo seu talento como instrumentista. No mesmo ano, lançou o disco "Instrumental II", que recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Disco Instrumental do ano. O CD mostra sua viola com  todos os seus timbres, afinações e puxadas, em uma viagem que passa por Villa-Lobos, em "Mazurca", pelo folclore do Vale do Jequitinhonha, em "Beira-Mar" ( recolhido por Tavinho Moura), pelos sons da divisa, com "Rasta" e "Froteira", e ainda passeia pelo erudito em "Europa" e em "Moura". Recebeu também o Sharp de melhor música, por "Tocando em frente", grande sucesso na voz de Maria Bethânia. No mesmo período, começou a atuar novamente na TV Manchete, na novela "Ana Raio e Zé Trovão". Foi um período de grande sucesso no qual apareceu em 630 chamadas na Rede Globo e 1500 spots de rádio. De outubro de 1991 a maio de 1992, realizou uma excursão apresentando 96 shows em 67 cidades. Na mesma época gravou o disco "Almir Sater ao vivo", onde interpretou composições de sua autoria, além de cantar também "Moreninha linda", de Tonico, Priminho e Maninho, e "Cabelo loiro", de Tião Carreiro e Zé Bonito. Nesse período, seus shows lotavam ginásios e casas de espetáculos e ele fez uma turnê que começou em outubro de 1991 e terminou em maio do ano seguinte, na qual fez 96 shows, em 67 cidades e 23 capitais, com 630 chamadas na Rede Globo, 1500 spots de rádio, 261 anúncios em jornais, 1100 outdors.
No disco seguinte gravou "Viola fora de moda", de Edu Lobo. Em 1994, teve participação especial no disco da dupla Pena Branca e Xavantinho "Uma dupla brasileira", do selo RGE, produzido por Lurdinha Pereira. Nesse álbum, tocou viola nas músicas "Cai sereno (rama da mandioquinha)", de Conde e Elpídio dos Santos, e "Memória de Carreiro", de Juraildes da Cruz. Em 1996, voltou a trabalhar na televisão, atuando na novela da TV Globo, "O Rei do gado", interpretando o  violeiro Pirilampo, que fazia dupla com Saracura, papel vivido pelo cantor Sérgio Reis. A dupla fictícia interpretou quase todas as músicas que integraram o segundo CD da trilha sonora da novela. Algumas das músicas foram "Rei do Gado", "Cabecinha no ombro", "Travessa do Rio Araguaia" e “Boiadeiro Errante”.
Os discos gravados em nome da dupla Pirilampo e Saracura obtiveram grande aceitação e vendagem. Em 1997, lançou o disco "Caminhos me levem", gravado em sua própria casa, na companhia do irmão Rodrigo Sater e do norte-americano Emil Silver, num disco mais acústico. No final dos anos 1990, passou a morar em uma fazenda no Pantanal mato-grossense. Em 2002, teve participação especial no CD "Sérgio Reis e convidados", cantando com Sérgio e tocando viola na faixa "Comitiva Esperança". Participou, em outubro de 2004,  do CD "Violeiros do Brasil, com a faixa "Doma", de sua autoria com Zé Gomes. O disco foi gravado ao vivo no Teatro do Sesc Pompéia entre agosto e setembro de 1997 e lançado em junho de 1998, pelo SESC-Núcleo Contemporâneo.
Também em 2004, participou do 1º Festival de Inverno de Alto Paraíso, na cidade do interior de Goiás, que fez homenagem a viola, escolhida por melhor representar a cultura do centro-oeste. O evento, que conjugou música e consciência ambiental, reuniu vários violeiros, como Pereira da Viola, o ex-violeiro da banda de Zé Ramalho, Pedro Osmar e  Ivan Vilela, entre outros. Em outubro do mesmo ano, foi relançado o CD "Violeiros do Brasil", pelo Selo Revivendo. A edição apresenta importantes artistas da viola caipira das várias regiões do Brasil,  entre os quais, Adelmo Arcoverde, Zé Gomes, Renato Correa, Paulo Freire, Ivan Vilela,  Pereira da Viola, Josias Dos Santos, Angelino de Oliveira, Renato Andrade, Tavinho Moura, Heitor Villa-lobos, Zé Mulato e Cassiano e  Zé Coco do Riachão. O projeto foi idealizado pela produtora Myriam Taubkin e a gravação do disco foi sugerida pelo músico e produtor Benjamim Taubkin, que reconheceu sua importância. Participou, também em 2004, da coletânea "Os bambas da viola", lançada pela Kuarup, que reuniu num CD 6  renomados violeiros, para representar a viola das regiões do Brasil. Além dele o CD traz as violas de Renato Andrade, Helena Meirelles, Heraldo do Monte, Roberto Corrêa e Chico Lobo. Neste álbum, é compositor e intérprete da música "Rasta", na qual toca viola acompanhado por Fernando Melo no violão de 12 cordas e Eduardo Souza nos teclados e também toca viola em "Mazurca de choro", de Heitor Villa-Lobos.
Segundo seu parceiro Renato Teixeira, ele foi  o pioneiro a trafegar na free-way que ligaria a música do interior do país à do interior dos Estados Unidos.

Ainda no final de 2004, participou do projeto Violas do Brasil, apresentando-se no Teatro II do CCBB, em alternância com outros quatro mestres do instrumento: Pena Branca, Chico Lobo, Renato Andrade e Roberto Corrêa. Em 2005, apresentou-se no programa Senhor Brasil, na TV Cultura de São Paulo, apresentado por Rolando Boldrin. Em junho de 2006, lançou o CD "Um violeiro toca", com canções de todas as fases de sua carreira. No mesmo período,  apresentou-se no Claro Hall, no Rio de Janeiro. Apesar de já ter se apresentado diversas vezes na cidade, essa marcou a primeira apresentação solo do violeiro no Rio, com sua banda de mais de 20 anos de acompanhamento. O show trouxe músicas que o cantor gosta de cantar e que estão no CD, como "Cabelo loiro", "Chalana", "Moreninha linda", "Cabecinha no ombro", entre outras. Nesse mesmo ano, participou como ator da novela "Bicho do mato", levada ao ar pela TV Record. Sua participação que não dispensou seu canto. Em 2006, lançou o CD "Um Violeiro toca", um resumo de seus 25 anos de carreira, com destaque para a música-título do disco "Um Violeiro Toca" e o sucesso "Tocando em Frente". Nesse ano, realizou turnê que finalizou  com duas apresentações em dezembro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, acompanhado dos músicos: Carlos de Souza (violão), Rodrigo Sater (violão), Reginaldo Feliciano (contra-baixo), Luis Lopes (teclado), Papete (percussão) e Gisele Sater (vocal). O repertório da turnê e do show relembrou clássicos "Chalana", "Tocando em Frente", "Um Violeiro Toca" e "Ana Raio e Zé Trovão", tema de abertura da novela homônima estrelada por ele nos anos 1980. Com 13 discos gravados, no início de 2007, lançou o CD "Sete Sinais", com diversas inéditas. Para as gravações, utilizou três violões, inclusive um de brinquedo, com o qual compôs novas canções. O instrumento foi emprestado por sua sobrinha Júlia, de três anos - neta do cunhado Renato Teixeira - e sua escolha  se deu devido a motivos pessoais: Como o violão era pequeno, ele se encaixava perfeitamente nos braços do artista, enquanto ia compondo no conforto da uma rede na varanda da sua fazenda, em Campo Grande (MS). O resultado final do disco revela a suavidade das composições, buscadas pelo compositor que quis fazer um disco para "ser ouvido, pulsante, mas bem tranqüilo". Em 2009, teve as suas gravações "Jeito do Mato", interpretada junto com a cantora Paula Fernandes; e "Três toques na madeira", incluídas na trilha sonora da novela "Paraíso", da Rede Globo de Televisão. Em março de 2010, participou do programa "Emoções Sertanejas", da Rede Globo de Televisão, que teve como objetivo homenagear o cantor e compositor Roberto Carlos. O programa recebeu como convidados, em um mega-show, no ginásio do Ibirapuera em São Paulo, grandes nomes da música brasileira como Bruno & Marrone, César Menotti & Fabiano, Chitãozinho & Xororó, Daniel, Dominguinhos, Elba Ramalho, Gian & Giovani, Leonardo, Martinha, Milionário & José Rico, Nalva Aguiar, Paula Fernandes, Rio Negro & Solimões, Roberta Miranda, Sérgio Reis, Victor & Léo e Zezé di Camargo & Luciano. O programa foi apresentado pela atriz Déborah Seco. A gravação foi lançada em um CD duplo, posteriormente, pela Sony/BMG. Em 2011, teve a sua música, "Tocando em frente" (c/ Renato Teixeira), gravada pela cantora e compositora Paula Fernandes, no DVD "Paula Fernandes ao vivo", lançado pela Universal Music. A faixa contou com a participação especial do cantor e compositor Leonardo. Também participou, no mesmo DVD, do clipe especial de "Jeito do mato" (Maurício Santini e Paula Ferandes). O álbum ultrapassou a marca de 700 mil cópias vendidas.

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